Café: Bolsa de Nova York tem alta técnica e amplia ganhos da véspera na sessão desta 5ª feira
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quinta-feira (13) com alta de cerca de 100 pontos. O mercado externo do grão estendeu os ganhos da véspera, apesar de ter iniciado o dia em baixa. Essa é a segunda sessão consecutiva de avanço.
O vencimento março/19 encerrou o dia com alta de 105 pontos, a 104,10 cents/lb e o maio/19 teve avanço de 110 pontos, cotado a 107,20 cents/lb. Já o julho/19 registrou 109,90 cents/lb com valorização de 110 pontos, enquanto que o setembro/19 registrou 112,60 cents/lb e 110 pontos de ganhos.
O mercado do arábica na ICE registrou alta técnica no fim dos trabalhos desta quinta-feira depois de o vencimento referência quase perder o patamar de US$ 1 por libra-peso ao longo dia. Com isso, os principais contratos encerraram o dia com alta de mais de 100 pontos, mesmo com o dólar em alta.
A moeda estrangeira encerrou o dia com alta de 0,72%, cotada a R$ 3,8802 na venda, em movimento de ajustes e acompanhando informações do exterior em dia de alívio com as tensões comerciais entre China e Estados Unidos. A divisa mais valorizada tende a encorajar as exportações, mas pesa sobre os preços.
"Caiu muito ontem, não só aqui como lá fora. Mas não duvido que a tendência de queda continue", disse para a agência Reuters o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo.
Apesar da alta, o mercado também acompanhou as divulgações do Brasil, maior produtor e exportador do mundo. Eduardo Carvalhaes, analista do Escritório Carvalhaes, destacou que a divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de produção de 59,6 milhões de sacas de 60 kg já estava sendo acompanhada.
De acordo com o analista, com a crise climática dos últimos três anos, o Brasil esgotou seus estoques de café, embora haja a safra recorde, reforçada pelos dados do IBGE de ontem. O consumo interno é crescente, bem como as exportações caminham bem - em novembro, foram em torno de 3,7 milhões de sacas exportadas.
A comercialização da safra brasileira 2018/19 atingiu 64% até o dia 10 de dezembro, segundo dados levantados pela consultoria Safras & Mercado. O levantamento aponta um avanço de cinco pontos percentuais de um mês para o outro nas vendas, apesar de mais lentas.
"A queda nos preços acabou afugentando os vendedores. O comprador também mostrou menos agressividade por origem brasileira, contribuindo com a morosidade dos negócios", disse o analista de mercado da Safras Gil Carlos Barabach.
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Mercado interno
O mercado brasileiro tem negócios isolados e agora poucas oscilações de preços são vistas depois de quedas recentes. "As desvalorizações do café no mercado internacional nos últimos dias pressionaram os valores internos do arábica e do robusta, o que manteve os agentes afastados das negociações", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 460,00 - estável. A oscilação mais expressiva foi registrada em Patrocínio (MG) com avanço de 1,14% e saca a R$ 445,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (MG) com saca a R$ 425,00 – estável. A maior oscilação foi registrada em Poços de Caldas (MG) com valorização de 1,22% com saca a R$ 416,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 e estabilidade. A maior oscilação ocorreu na Média Rio Grande do Sul com recuo de 2,33% e saca a R$ 420,00.
Na quarta-feira (12), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 419,58 e queda de 0,06%.