Café: Após ampla oscilação, Bolsa de Nova York fecha sessão desta 5ª feira com leve alta em ajustes

Publicado em 06/12/2018 16:42

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quinta-feira (06) com leve alta. O mercado chegou a operar em baixa durante a maior parte do dia, estendendo perdas dos últimos cinco dias, mas ajustes técnicos foram vistos no final dos trabalhos.

O vencimento março/19 encerrou a sessão na estabilidade, a 105,95 cents/lb, e o maio/19 alta de 25 pontos, cotado a 109,10 cents/lb. Já o contrato julho/19 registrou 111,80 cents/lb com valorização de 30 pontos, enquanto que o setembro/19 registrou 114,40 cents/lb e 30 pontos de ganhos.

O mercado externo do arábica trabalhou em baixa durante a maior parte da sessão desta quinta-feira acompanhando informações sobre a alta oferta global do grão mas, principalmente, a valorização do dólar ante o real. A divisa mais alta em relação ao real encoraja as exportações da commodity.

Apesar da pressão às cotações, no entanto, o mercado acabou encerrando o dia com leve alta em movimento técnico, segundo agências internacionais. O vencimento março/19 demonstrou forças depois de trabalhar no patamar de US$ 1,05 por libra-peso e reagiu, voltando a se aproximar de US$ 1,06/lb.

"As relações cambiais, especialmente, entre o dólar americano e o real, continuam sendo a força motriz no mercado do café. A safra brasileira foi colhida, mas nem sempre está encontrando seu caminho para o mercado devido ao real em relação ao dólar", disse o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.

O dólar fechou o dia com alta de 0,18%, a R$ 3,8751 na venda, com aversão ao risco global. "É negativo para a China...e se é negativo para a China é também para os países emergentes. É dólar mais forte...sugere menos exportações do Brasil", disse para a Reuters o estrategista do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte.

Operadores externos também estão atentos com informações fundamentais. "Revisões de safras pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos têm estado no radar dos traders, com números não muito distantes do que os participantes vêm considerando há algum tempo", disse o analista de mercado da Comexim nos EUA, Rodrigo Costa.

Preocupações com a safra também rondam os produtores. "As chuvas deram uma trégua agora, mas não dá para reverter o cenário já consolidado. Inclusive, esse fator pode afetar o volume total colhido nesta temporada", disse o cafeicultor de Nova Resende (MG), Alexandre Maroti em entrevista ao Notícias Agrícolas.

Mercado interno

O mercado brasileiro segue com negócios isolados após quedas seguidas em Nova York. "As médias dos cafés arábica e robusta na parcial desta temporada 2018/19 (de julho a novembro/18) estão abaixo das registradas no mesmo período da safra anterior", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) (estável) e Franca (SP) (+1,10%), ambas com saca a R$ 460,00. A maior oscilação foi registrada em Patrocínio (MG) com recuo de 1,12% e saca a R$ 440,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (MG) com saca a R$ 445,00 e alta de 2,30%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 e estabilidade. A maior oscilação ocorreu em Araguari (MG) (R$ 420,00) e Oeste da Bahia (R$ 417,50), ambas com queda de 1,18%.

Na quarta-feira (05), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 428,08 e recuo de 0,46%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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