Café: Cotações do arábica encerra sessão desta 3ª feira com queda próxima de 100 pts em NY
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta terça-feira (04) com baixa próxima de 100 pontos. O mercado externo do grão foi movimentado durante o dia pelas oscilações cambiais e informações sobre a oferta, principalmente sobre a safra brasileira 2018/19.
O vencimento março/19 encerrou a sessão com queda de 90 pontos, a 106,90 cents/lb, e o maio/19 recuou 90 pontos, cotado a 109,80 cents/lb. Já o contrato julho/19 registrou 112,45 cents/lb com desvalorização de 90 pontos, enquanto que o setembro/19 registrou 115,10 cents/lb e 90 pontos de perdas.
Segundo o site internacional Barchart, a força do real em relação ao dólar chegou a dar impulso sobre os preços do café arábica pela manhã. No entanto, esse cenário sofreu reversão. A moeda estrangeira fechou o dia com alta de 0,44%, cotada R$ 3,8592 na venda, com maior aversão ao risco no exterior.
"A queda abrupta nos juros de dez anos nos Estados Unidos está preocupando o mercado, o que dá para pensar que a questão de risco está motivando uma corrida para o dólar", disse para a Reuters o economista-chefe da corretora Spinelli, André Perfeito.
O dólar mais alto em relação ao real tende a encorajar as exportações das commodities, mas em compensação pesam sobre os preços externos. Além disso, movimentos técnicos também foram vistos no mercado. As cotações mais próximas de arábica não esboçaram forças para avançarem acima do patamar de US$ 1,10 por libra-peso.
Operadores externos também estão atentos com informações fundamentais. "Revisões de safras pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos têm estado no radar dos traders, com números não muito distantes do que os participantes vêm considerando há algum tempo", disse o analista de mercado da Comexim nos EUA, Rodrigo Costa.
Por outro lado, Costa ainda pondera que os operadores externos também acompanham notícias de excesso de chuvas nas principais origens produtoras do Brasil. "... reverberam preocupações com broca para a próxima safra e também com relação à qualidade diante das várias floradas para os mesmos cafezais".
"As chuvas deram uma trégua agora, mas não dá para reverter o cenário já consolidado. Inclusive, esse fator pode afetar o volume total colhido nesta temporada", disse o cafeicultor de Nova Resende (MG), Alexandre Maroti em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta terça-feira.
Mercado interno
O mercado físico de café segue com negócios isolados nesses últimos dias com os feriados no exterior e Brasil. Maroti reforçou que os negócios com o café estão lentos em Nova Resende (MG) e os preços permanecem baixos. Atualmente, a saca de café, de boa qualidade, é negociada a R$ 411,00 na região.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 460,00 - estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Lajinha (MG) com queda de 2,22% e saca a R$ 440,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (MG) com saca a R$ 435,00 e queda de 1,14%. A oscilação mais expressiva ocorreu em Varginha (MG) com queda de 2,27% e saca a R$ 430,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 e estabilidade. A maior oscilação ocorreu em Lajinha (MG) com recuo de 3,45% e saca a R$ 420,00.
Na segunda-feira (03), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 432,39 e queda de 0,03%.