Café: Cotações do arábica recuam mais de 300 pts nesta 6ª feira e estendem perdas em NY
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) registraram queda de mais de 300 pontos na sessão desta sexta-feira (23). O mercado externo do grão teve pressão da valorização do dólar e informações sobre o petróleo. Na semana, a variedade recuou 4,51%.
O vencimento dezembro/18 encerrou o dia com baixa de 315 pontos, a 107,15 cents/lb, e o março/19 recuou 300 pontos, cotado a 111,10 cents/lb. Já o contrato maio/19 registrou 114,00 cents/lb com perdas de 295 pontos e o julho/19 registrou 116,65 cents/lb e 290 pontos de desvalorização.
O mercado do café estendeu as perdas dos últimos dias acompanhando as oscilações cambiais e a forte queda do petróleo. A moeda estrangeira fechou o dia com alta de 0,41%, cotada a R$ 3,822 na venda, com giro fraco e informações do exterior
"É normal haver saída de recursos no final do ano. Além disso, o investidor aumentou sua posição comprada (aposta de alta) no dólar, já que há preocupações externas e não se sabe como será o novo governo", disse para a Reuters internacional um gestor de derivativos de uma corretora local.
Essa foi a maior valorização semanal do mercado desde o dia 24 de agosto. O dólar mais alto em relação ao real tende a encorajar as exportações do café arábica e pesa sobre os preços externos da variedade, já que o Brasil é o maior produtor e exportador do grão. Essa é terceira queda seguida.
"As relações das moedas, especialmente entre o dólar e o real brasileiro, continuam a ser uma força motriz na negociação de café, e o dólar estava alto", disse em relatório o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Além disso, segundo agências internacionais, após o feriado do Dia de Ação de Graças, nos Estados Unidos, as commodities agrícolas também acompanham as oscilações nos preços do petróleo, que caíram para o menor nível em mais de um ano. Às 17h40, o Brent recuava 7,71%, a US$ 50,42 o barril.
"Os baixistas do mercado de petróleo reafirmaram sua autoridade", disse para a Reuters Tamas Varga, analista da corretora londrina PVM Oil. "A fraqueza é a continuação do sentimento baixista prevalecente, ajudado um pouco pelo dólar mais forte".
Do lado fundamental, poucas novidades impactaram o mercado no dia, mas durante a semana operadores acompanharam informações sobre a oferta e previsão do tempo. "O clima no Brasil parece bom agora, com algumas precipitações e chuvas na previsão para esta semana", disse Scoville.
Mercado interno
No mercado brasileiro, a semana seguiu com negócios isolados. "Após ter registrado maior liquidez em outubro, as negociações envolvendo os cafés arábica e robusta ocorrem em menor ritmo neste mês", noticiou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP.
De acordo com dados da consultoria Safras & Mercado, as vendas neste ano estão levemente atrasadas. A projeção é de que os produtores venderam até o dia 19 de novembro 59% da produção (35,79 milhões de sacas de 60 kg), de uma safra de 60,5 milhões de sacas.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 468,00 e queda de 1,06%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 1,70% e saca a R$ 463,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor em Franca (SP) com saca a R$ 445,00 e queda de 1,11%. A oscilação mais expressiva ocorreu em Poços de Caldas (MG) com baixa de 1,81% e saca a R$ 435,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Média Rio Grande do Sul com saca a R$ 445,00 e avanço de 4,46%. Foi a maior oscilação no dia.
Na quinta-feira (22), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 438,82 e queda de 0,35%.