Café: Após ampla oscilação com câmbio, Bolsa de Nova York encerra sessão desta 6ª feira com leve alta
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta sexta-feira (19) praticamente na estabilidade, com altas de 5 pontos. Depois de ampla oscilação durante o dia, o mercado buscou acomodação ao redor de US$ 1,20 por libra-peso. Na semana, houve avanço acumulado de 2,30%.
O contrato dezembro/18 fechou o dia com alta de 5 pontos, a 122,10 cents/lb e o março/19 anotou 125,90 cents/lb com avanço de 5 pontos. Já os lotes com vencimento para maio/19 registraram 128,40 cents/lb com valorização de 5 pontos, enquanto o julho/19 teve 5 pontos de ganhos, a 130,75 cents/lb.
O mercado do arábica iniciou o dia do lado vermelho da tabela em realização de lucros, segundo informam agências internacionais. Do início da semana para ontem (18), o mercado do grão saiu de 119,35 cents/lb para 122,05 cents/lb. No fim da manhã, houve uma virada e avanço mais expressivo com suporte da desvalorização do dólar.
No final dos trabalhos, no entanto, as cotações passaram por acomodação técnica e se consolidaram em cerca de US$ 1,20 por libra-peso. "O real tem encontrado apoio com o candidato de direita à Presidência no Brasil liderando o primeiro turno das eleições e sua ida para o segundo", disse o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Às 16h59, o dólar comercial recuava 0,57%, cotado a R$ 3,704 na venda, com otimismo do mercado em torno da eleição presidencial e exterior. A moeda estrangeira mais baixa em relação ao real tende a desencorajar as exportações da commodity pelo Brasil, maior produtor e exportador, e por isso dá suporte aos preços externos.
"Quando a moeda recua abaixo de 3,70 reais, acaba atraindo comprador. Mas há potencial para ela cair mais e beliscar os 3,50 reais com as eleições, dependendo dos nomes da equipe técnica", disse para a Reuters internacional o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé, avaliou que o mercado do café teve boa recuperação nos últimos 30 dias, permitindo chegar aos atuais patamares. Para ele, o mundo tem consumindo muito café e o mercado tem uma "liquidez fantástica", como visualiza ele.
Do lado fundamental, poucas novidades têm movimentado o mercado. A safra 2019/20 está em plena florada e a comercialização da temporada passada ainda segue. Na última semana, a consultoria Safras & Mercado informou que a comercialização atingiu 51% até o dia 09 de outubro. As vendas estão ligeiramente atrasadas em relação ao ano passado.
De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), as chuvas desses primeiros dias de outubro têm auxiliado o pegamento das floradas abertas no Brasil. Até o final da semana passada, segundo a entidade, as flores correspondiam 80 a 90% do potencial das regiões de arábica da Mogiana (SP) e do Cerrado e Sul Mineiros.
Mercado interno
Os negócios com café arábica no mercado brasileiro tiveram mais negócios nos últimos dias acompanhando as valorizações na Bolsa de Nova York. Os produtores, no entanto, têm sido bastante cautelosos em suas transações. "Os futuros de ambas as variedades avançaram com força, impulsionando as cotações internas do arábica e do robusta e movimentando o mercado novamente", destacou em nota o Cepea.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 491,00 e alta de 0,61%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) (R$ 470,00) e Varginha (MG) (R$ 470,00), ambos com queda de 2,08%.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 490,00 e alta de 3,16%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 - estável. A maior oscilação no dia foi registrada no Oeste da Bahia (AIBA) com avanço de 1,78% e saca a R$ 430,00.
Na quinta-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 455,67 e alta de 0,26%.