Café: Dólar cai mais de 2% e Bolsa de Nova York fecha a sessão desta 2ª feira com alta de mais de 300 pts
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (08) com alta de mais de 300 pontos. O mercado teve suporte importante da desvalorização do dólar ante o real e movimentações técnicas. Essa é a terceira sessão seguida de valorização das cotações.
O vencimento dezembro/18 fechou o dia com alta de 300 pontos, a 111,95 cents/lb e o março/19 anotou 115,40 cents/lb com avanço de 300 pontos. Já o vencimento maio/19 registrou 117,90 cents/lb com valorização de 305 pontos, enquanto o julho/19 teve 295 pontos de ganhos, a 120,15 cents/lb.
Em dia de ampla desvalorização do dólar, o café arábica acumulou mais um avanço depois de chegar às mínimas de mais de 10 anos no mês passado. Segundo informa a Reuters internacional, um forte real torna as exportações menos atraentes em termos de moeda local no Brasil, maior produtor e exportador mundial.
"Em plena entrada no mercado da nova safra de café do Brasil, maior produtor e exportador mundial, responsável por aproximadamente um terço de todo o café consumido no mundo, qualquer movimento de nossa moeda em relação ao dólar ou nos fundamentos, reflete imediatamente nos preços em Nova Iorque", disse o Escritório Carvalhaes.
Acompanhando o otimismo com o resultado do primeiro turno das eleições para a Presidência do Brasil no último domingo (07) e as expectativas para o segundo turno, o dólar comercial fechou a sessão desta segunda-feira com queda de 2,35%, cotado a R$ 3,7662 na venda. Esse foi o menor nível da divisa desde o dia 8 de agosto deste ano.
"O desempenho de Bolsonaro no primeiro turno o mantém como favorito na disputa, seja pela votação recebida --muito próxima dos 50 por cento-- seja pelo quadro das disputas nos Estados ou ainda pela equiparação de armas na campanha de segundo turno", disse a corretora XP investimentos. As informações são da Reuters.
Além do câmbio, o café arábica também acompanhou movimentações técnicas. "A cotação do café em Nova Iorque subiu reagindo à queda do dólar no Brasil, mas também com uma recompra maior de contratos por fundos de investimentos depois das cotações na ICE recuarem para mínimas de mais de dez anos", disse o Escritório Carvalhaes.
Do lado fundamental, poucas são as novidades que impactam os preços externos. A safra passada tem colheita praticamente finalizada, enquanto que a temporada 2019/20 está em plena florada com as chuvas recentes, de acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
Mercado interno
O mercado brasileiro de café registrou melhora nos negócios nos últimos dias. "Com o fortalecimento do real, os preços no mercado físico brasileiro subiram bem menos do que na ICE em dólares", disse em boletim o Escritório Carvalhaes. Além disso, com o fim da colheita, produtores também têm ofertado mais suas produções nas praças de comercialização.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 469,00 e alta de 2,63%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 445,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças foi registrada em Varginha (MG) com avanço de 2,35% e saca a R$ 435,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) (+1,15%) e Franca (SP) (estável), ambas com saca a R$ 440,00. A maior oscilação foi registrada em Varginha (MG) com alta de 2,38% e saca a R$ 430,00.
Na sexta-feira (05), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 430,81 e alta de 1,31%.