Café: Dólar fica abaixo de R$ 4 e Bolsa de Nova York tem rally com altas de mais de 500 pts nesta 3ª feira
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta terça-feira (02) com alta de mais de 500 pontos. O mercado teve importante suporte na sessão da desvalorização do dólar e movimentações técnicas, em um rally chegando a testar máximas de junho deste ano.
O vencimento dezembro/18 fechou o dia com alta de 545 pontos, a 107,65 cents/lb e o março/19 anotou 111,00 cents/lb com avanço de 540 pontos. Já o vencimento maio/19 registrou 113,40 cents/lb com valorização de 545 pontos, enquanto o julho/19 teve 540 pontos de ganhos, a 115,75 cents/lb.
O mercado do arábica registrou leve queda técnica na véspera. Nesta terça-feira, no entanto, a alta voltou às cotações com grande influência do câmbio no Brasil e cobertura de vendidos, segundo informam agências internacionais. Os principais vencimentos ficaram acima de US$ 1,05 por libra-peso.
O sentimento positivo no mercado das commodities hoje também contribuiu para os ganhos no arábica, que tocou máximas de junho em US$ 1,0815. "Um real fortalecido reduz as vendas por produtores brasileiros, por desvalorizar as commodities atreladas ao dólar nos termos da moeda local", disse a Reuters internacional.
O dólar comercial teve a sua maior queda em três meses e meio e ficou abaixo de R$ 4 nesta terça. A divisa recuou 2,08%, cotada a R$ 3,9349 na venda, repercutindo a divulgação da pesquisa Ibope. O dólar mais baixo em relação ao real tende a desencorajar as exportações da commodity e reflete também nos preços.
A próxima safra brasileira também segue no foco dos operadores depois de floradas recentes. "As agências de meteorologia apontam para chuvas irregulares sobre os cafezais do sudeste brasileiro, o que pode prejudicar parte do “pegamento” das flores em uma safra já de ciclo baixo", disse o Escritório Carvalhaes.
A colheita da safra 2018/19 está praticamente encerrada em todo o cinturão produtivo do Brasil. Até o dia 21 de setembro, a colheita na área de abrangência da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) atingiu 99,01%, segundo informou na quarta-feira (26) a entidade.
Mercado interno
O mercado físico de café passou a ter mais negócios com o avanço dos preços acompanhando o cenário externo. Os volumes, no entanto, ainda são baixos em comparação com outros anos. "Os preços continuam preocupantemente baixos e o mercado físico trabalha menos que o necessário para um início de ano-safra", disse em boletim o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) (+1,10%) e Franca (SP) (5,75%), ambas com saca a R$ 460,00. A praça mineira teve a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação no dia em Franca (SP) com saca cotada a R$ 450,00 e alta de 2,27%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 3,66% e saca a R$ 425,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 440,00 e alta de 4,76%. A maior oscilação no dia foi registrada na praça de Franca (SP) com avanço de 4,76% e saca a R$ 440,00.
Na segunda-feira (02), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 417,71 e alta de 1,46%.