Café: Bolsa de Nova York salta mais de 300 pts nesta 6ª feira e dezembro/18 volta a US$ 1/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta sexta-feira (28) com alta de mais de 300 pontos. O mercado disparou com movimentações técnicos e de olho nas oscilações do câmbio. Na semana, houve uma alta acumulada de 2,55%.
O vencimento dezembro/18 fechou o dia com alta 315 pontos, a 102,45 cents/lb e o março/19 anotou 105,85 cents/lb com avanço de 320 pontos. Já o contrato com vencimento para maio/19 registrou 108,25 cents/lb e avanço de 325 pontos e o julho/19 teve valorização de 320 pontos, a 110,60 cents/lb.
O mercado do arábica avançou nas últimas três sessões depois de testar na semana passada mínimas de mais de 10 anos. Com essa nova alta, os principais vencimentos da variedade na ICE retomaram o patamar de US$ 1 por libra-peso. Em parte do dia, as cotações testaram máximas de mais de um mês.
As cotações tiveram suporte principal no dia de uma cobertura de posições vendidas. Além disso, o fortalecimento do real no começo no dia também contribuiu para o avanço. "New York está realizando testes depois dos níveis baixos do contrato", disse o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Em menor intensidade, segundo reportou a Reuters internacional, os receios de uma potencial falta de chuvas em plena florada da safra 2019/20 também impulsionaram o mercado. A florada principal do café na safra 2019/20 abriu nesta semana na maior parte das áreas produtoras do Brasil.
Apesar de trabalhar em baixa em parte do dia, o dólar comercial encerrou a sessão com alta de 1,12%, cotado a R$ 4,0378 na venda, com o mercado atento ao cenário eleitoral brasileiro. As oscilações da divisa impactam diretamente nas exportações da commodity e pesam sobre os preços. O Brasil é o maior produtor e exportador de café.
Apesar do atual momento de baixos preços futuros, o analista do Rabobank, Guilherme Morya, disse em entrevista ao Notícias Agrícolas que o mercado pode buscar recuperação ainda neste ano com o ciclo baixo na próxima safra do Brasil e atenção ao fenômeno climático El Niño.
"A gente enxerga que neste momento o fator câmbio não colabora no curto prazo, porém, o fundamento como um todo do café é que o próximo ciclo será menor e naturalmente teremos uma menor oferta no mercado", disse o analista em relação aos baixos preços do mercado.
A colheita de café da safra 2018/19 da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) atingiu 99,01% até o dia 21 de setembro, segundo informou na quarta-feira (26) a entidade. Essa é a última atualização divulgada pela entidade para informar o avanço dos trabalhos.
Mercado interno
O mercado brasileiro de café seguiu com negócios isolados nesta semana, mas alguns tipos tiveram oscilação positiva nos últimos dias com o cenário externo. "Os preços internos do arábica caíram na maior parte da semana passada, influenciados pela estimativa de maior produção no Brasil e também pela desvalorização do dólar", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 457,00 e alta de 2,93%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação no dia em Franca (SP) com saca cotada a R$ 440,00 e alta de 6,02%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 435,00 – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Guaxupé (MG) com alta de 3,17% e saca a R$ 423,00.
Na quinta-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 404,51 e alta de 0,14%.