Café: Bolsa de Nova York testa recuperação nesta 4ª feira em ajustes e com suporte do dólar
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com alta de mais de 50 pontos. O mercado externo do grão se acomoda tecnicamente após a queda na véspera e também teve suporte do dólar, que passou a recuar ante o real.
O vencimento dezembro/18 fechou o dia com alta de 65 pontos, a 97,75 cents/lb e o março/19 anotou 101,15 cents/lb com avanço de 70 pontos. Já o contrato com vencimento para maio/19 registrou 103,50 cents/lb e avanço de 60 pontos e o julho/19 teve valorização de 55 pontos, a 105,85 cents/lb.
"Esse foi um movimento técnico", explicou o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes. O mercado externo do arábica fechou a sessão anterior com queda de mais de 100 pontos com pressão do câmbio e informações otimistas sobre a safra brasileira repercutindo externamente.
"Os operadores em Nova York, tanto os de fundos como especuladores, sabem que essa época do ano é a entrada do café brasileiro no mercado mundial e nós colhemos um safra recorde", explica Carvalhaes sobre a queda na véspera. Agora, no entanto, ajustes são vistos nas cotações da variedade.
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O dólar comercial fechou o dia com queda de 1,39%, cotado a R$ 4,0262 na venda, repercutindo as pesquisas para a Presidência da República divulgadas nesta quarta e após o Fed (Federal Reserve) manter o aumento gradual dos juros nos Estados Unidos. As oscilações cambiais impactam nas exportações e preços externos do grão.
Apesar da alta técnica, operadores seguem acompanhando o otimismo com a safra brasileira. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou na última terça-feira (18) que a produção brasileira de café pode totalizar neste ano 59,9 milhões de sacas beneficiadas de 60 kg. A maior da história do país.
A colheita de café da safra 2018/19 da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) atingiu 99,01% até o dia 21 de setembro, segundo informou nesta quarta-feira (26) a entidade. Essa é a última atualização divulgada pela entidade para informar o avanço dos trabalhos.
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A florada principal do café na safra 2019/20 abriu nesta semana na maior parte das áreas produtoras do Brasil, segundo mostram imagens enviadas por produtores ao Notícias Agrícolas e postadas em redes sociais. Por conta da alta produção neste ano e déficit em algumas áreas, pairam preocupações.
Mercado interno
Os negócios seguem pontuais nas praças de comercialização do Brasil. Alguns produtores estão em finalização da colheita. "Os preços internos do arábica caíram na maior parte da semana passada, influenciados pela estimativa de maior produção no Brasil e também pela desvalorização do dólar", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) (-0,45%) e Patrocínio (MG) (estável), ambas com saca a R$ 440,00. A maior oscilação ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 1,60% e saca a R$ 430,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação no dia em Franca (SP) com saca cotada a R$ 415,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com baixa de 1,70% e saca a R$ 405,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 435,00 e alta de 0,69%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com recuo de 1,74% e saca a R$ 395,00.
Na terça-feira (25), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 408,78 e alta de 0,57%.