Café: Cotações do arábica caem mais de 200 pts nesta 2ª feira e testam mínimas de 2006 em NY

Publicado em 17/09/2018 17:32

Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (17) com queda de mais de 200 pontos. O mercado seguiu pressionado pelas oscilações cambiais e expectativas de ampla oferta com a safra brasileira. O segundo vencimento testou mínimas de mais de 12 anos.

O vencimento dezembro/18 fechou o dia com queda de 200 pontos, a 93,45 cents/lb e o março/19 anotou 97,30 cents/lb com recuo de 240 pontos. Já o contrato maio/19 registrou 100,75 cents/lb e baixa de 240 pontos e o julho/19 teve desvalorização de 235 pontos, a 105,60 cents/lb.

Essa é a terceira sessão seguida de baixa no mercado do arábica. Apesar de o vencimento março/19 fechar o dia em 97,30 cents/lb, já abaixo da linha de US$ 1 por libra-peso, a cotação do contrato chegou em parte do dia a tocar mínimas de julho de 2006, a 97,15 cents/lb. As informações são da Reuters.

"... Aproveitando a escalada histórica do dólar frente ao real justamente na entrada no mercado da safra recorde de café do Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, operadores e especuladores pressionaram ainda mais os contratos de café na ICE Futures US e conseguiram jogar a cotação de dezembro próximo para baixo de um dólar por libra peso", disse o Escritório Carvalhaes.

A safra brasileira e o câmbio seguem ditando o mercado, mas segundo agências internacionais, uma liquidação de posições compradas também contribuiu para o recuo no mercado externo. Nesta 
segunda-feira, o dólar comercial recuou ante o real, mas chegou a subir, e fechou a R$ 4,1252 na venda com queda de 1%.

O mercado tem curtas variações no dia acompanhando o cenário eleitoral diante de novas pesquisas de intenção de votos. Ainda assim, o dólar segue bastante valorizado ante o real brasileiro. "Os produtores estão vendendo e eu penso que é disso que vem essa fraqueza mais recente", disse um operador para a Reuters internacional.

A colheita da safra 2018/19 da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) chegou a 95,64% até o dia 07 de setembro, segundo informou na quarta-feira (12) a entidade. Os trabalhos avançaram 3,8 pontos percentuais de uma semana para a outra e reforçam as expectativas de boa produção e qualidade.

Mercado interno

O mercado brasileiro de café segue com negócios isolados. "Ofertas baixas, mas os negócios vão saindo devido à necessidade de caixa dos cafeicultores. Os compradores reclamam da dificuldade em comprar volumes maiores de café, mas não melhoram o valor das ofertas", informou o Escritório Carvalhaes.

A Safras & Mercado reportou na quinta (13) que a comercialização da temporada 2018/19 do brasil atingiu 45% até o dia 12 de setembro. As vendas estão ligeiramente avançadas em relação ao ano passado, quando 44% da safra 2017/18 estava comercializada até o momento. A média dos últimos cinco anos é de 45%.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) (estável), Franca (SP) (-4,26%), Guaxupé (MG) (-2,17%) e Patrocínio (MG) (estável), ambas com saca a R$ 450,00. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca (SP).

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação no dia em Franca (SP) com saca cotada a R$ 430,00 e queda de 4,44%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 435,00 – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Varginha (MG) com baixa de 3,57% e saca a R$ 405,00.

Na sexta-feira (14), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 418,56 e queda de 0,88%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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