Café: Bolsa de Nova York reage e tem alta próxima de 200 pts nesta 4ª feira após quedas recentes
O mercado futuro do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou a sessão desta quarta-feira (12) com alta próxima de 200 pontos. Deu suporte às cotações um movimento natural de ajustes ante as quedas recentes, a desvalorização do dólar ante o real no dia e informações do Brasil.
O vencimento dezembro/18 fechou o dia com alta de 195 pontos, a 102,40 cents/lb e o março/19 anotou avanço de 185 pontos, a 105,70 cents/lb. Já o contrato maio/19 registrou 107,90 cents/lb com 160 pontos de valorização e o julho/19 anotou 110,40 cents/lb com 170 pontos de ganhos.
O arábica recuou nas duas últimas sessões com forte pressão do câmbio e informações otimistas com a temporada 2018/19 do Brasil, maior produtor e exportador no mundo. Agora, porém, um movimento altista é registrado diante da valorização da moeda brasileira, segundo a Reuters internacional.
As oscilações cambiais impactam diretamente nas exportações das commodities e pesam sobre os preços. O dólar comercial fechou o dia com queda de 0,21%, cotado a R$ 4,1455 na venda, em um movimento corretivo e com investidores mais aliviados com a cena eleitoral no Brasil.
Em agosto, as exportações de café do Brasil totalizaram 3,4 milhões de sacas de café, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído. Um crescimento de 30,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita cambial chegou a US$ 470,65 milhões.
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Segundo o analista da Price Futures Group, Jack Scoville, a safra brasileira também está no radar do mercado. "Árvores de arábica no Brasil começam a mostrar estresse, devido à falta de chuva nos últimos meses. Ficará seco novamente e, em seguida, são esperadas precipitações benéficas", disse.
A colheita de café da safra 2018/19 da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) chegou a 95,64% até o dia 07 de setembro, segundo informou nesta quarta-feira (12) a entidade. Os trabalhos avançaram 3,8 pontos percentuais de uma semana para a outra.
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Mercado interno
As recentes quedas externas voltaram a limitar negócios no Brasil. "Além de grande parte dos produtores estar focada nas entregas já programadas para este mês, os atuais preços no spot ainda mantêm vendedores retraídos. Outros fatores que influenciaram a baixa liquidez interna nos últimos dias foram os feriados", disse em nota o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca R$ 466,00 e alta de 0,65%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação no dia em Franca (SP) com saca cotada a R$ 450,00 – estável. Não houve oscilação dentre as praças no dia.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 435,00 – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Guaxupé (MG) com alta de 0,70% e saca a R$ 433,00.
Na terça-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 422,04 e alta de 0,02%.