Café: Bolsa de Nova York fecha com queda próxima de 100 pts nesta 3ª e se reaproxima das mínimas de 12 anos
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta terça-feira (11) com queda próxima de 100 pontos. O mercado externo do grão voltou a se aproximar das mínimas de 12 anos com forte pressão do câmbio e informações sobre a safra brasileira.
O vencimento dezembro/18 fechou o dia com queda de 95 pontos, a 100,30 cents/lb e o março/19 anotou recuo de 100 pontos, a 103,65 cents/lb. Já o contrato maio/19 registrou 106,30 cents/lb com 80 pontos de desvalorização e o julho/19 anotou 108,70 cents/lb com 80 pontos de perdas.
"Ideias de alta produção no Brasil e Vietnã estão mantendo os futuros sob pressão de venda. Os especuladores estão atentos para a fraqueza do real frente ao dólar norte-americano e venderam café com perspectiva de aumento de oferta no Brasil", disse o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Essa é a segunda sessão consecutiva de queda no mercado. Segundo agências internacionais, operadores seguem atentos com as oscilações cambiais no país. O dólar fechou o dia com alta de 1,47%, cotado R$ 4,1539. O mercado seguiu o cenário político brasileiro e os resultados da última pesquisa Datafolha.
"(Mas) é importante esperar uma segunda e até uma terceira pesquisa depois do evento Bolsonaro para confrontá-las, definir uma tendência", disse para a Reuters o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer. A moeda estrangeira mais alta tende a encorajar as exportações da commodity.
Informações sobre a safra brasileira também contribuíram para a pressão sobre os preços. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta terça-feira uma atualização no levantamento da safra 2018/19 do Brasil, em 57,4 milhões de sacas de 60 kg.
O volume foi levemente elevado ante o último levantamento e reflete, segundo o instituto, a bienalidade positivo de produção das lavouras. A produção de arábica no país deve totalizar 43,14 milhões de sacas, enquanto a de conilon (robusta), 14,3 milhões de sacas. A colheita está próxima do fim no país.
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Mercado interno
O mercado brasileiro de café segue com negócios isolados, mas ocorreram mais transações nos últimos dias, segundo o Escritório Carvalhaes. "A colheita de nossa safra 2018 está bem próxima do final e as despesas com mão de obra, benefício e armazenagem vão obrigando parte dos produtores a realizar o prejuízo, vendendo nas bases oferecidas pelos compradores para saldar seus compromissos mais próximos", disse.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca R$ 463,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 4,55% e saca cotada a R$ 460,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação no dia em Franca (SP) com saca cotada a R$ 450,00 e alta de 2,27%. Essa foi a maior oscilação dentre as praças no dia.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 435,00 – estável. A maior oscilação no dia foi registrada na Média Rio Grande do Sul com queda de 3,49% e saca a R$ 415,00.
Na segunda-feira (10), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 421,94 e queda de 0,60%.