Café: Cotações do arábica caem mais de 150 pts nesta 5ª na Bolsa de Nova York e renova mínimas de 12 anos
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quinta-feira (06) com queda de mais de 150 pontos. O mercado externo do grão reverteu os ganhos da véspera e renovou as mínimas de 12 anos dos últimos dias com os fundamentos voltando a pesar sobre as cotações.
O vencimento dezembro/18 fechou o dia com queda de 160 pontos, a 103,80 cents/lb e o março/19 anotou recuo de 155 pontos, a 105,55 cents/lb. Já o contrato maio/19 registrou 105,55 cents/lb com 150 pontos de desvalorização e o julho/19 anotou 110,30 cents/lb com 145 pontos de perdas.
Segundo agências internacionais, as expectativas de safra recorde no Brasil contribuíram para o recuo do arábica. "Estimativas de produção para o Brasil neste ano variam em cerca de 60 milhões de sacas. A maior parte da América Central tem boas chuvas", disse o analista da Price Futures Group, Jack Scoville.
As expectativas de alta produção de café no mundo contribuem para a pressão aos preços externos do arábica uma vez que tranquilizam as preocupações com o fornecimento global. O Brasil é o maior produtor e exportador do grão no mundo. Na véspera, o mercado teve alta de mais de 200 pontos em função do câmbio.
O mercado ignorou a queda de 0,95% do dólar comercial, que encerrou a sessão a R$ 4,1042 na venda. Na semana, a alta foi de 0,78%. Investidores repercutiram as oscilações das divisas externas dos países emergentes e o cenário político brasileiro. O volume de negócios foi baixo por conta do feriado do Dia da Independência amanhã (07).
"Com o exterior mais tranquilo, o investidor resolveu dar uma parada (nas compras) por aqui", disse para a agência de notícias Reuters um operador de câmbio de uma corretora local.
A OIC (Organização Internacional do Café) reportou nesta quarta que as exportações globais em julho tiveram um leve salto de 4,6% em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 10,11 milhões de sacas de 60 kg. As exportações de arábica no período ficaram em 6,12 milhões de sacas, com alta de 4,6%.
A colheita na área da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) atingiu 91,84% até o dia 31 de agosto. Os trabalhos na área de abrangência da maior cooperativa de café do mundo avançaram pouco mais de dois pontos percentuais de uma semana para a outra.
Mercado interno
O mercado brasileiro de café seguiu com negócios isolados nesta semana. Nesta sexta, será feriado no país e as praças não funcionam. Alguns produtores ainda estão atentos com a colheita. "Pesquisadores do Cepea afirmam que o tempo mais firme tem favorecido a colheita de café arábica da safra 2018/19 no Brasil – boa parte dos produtores já realiza as varrições finais", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) (-1,27%) e Patrocínio (MG) (+1,09%), ambos com saca R$ 465,00. A maior oscilação no dia ocorreu em Lajinha (MG) com avanço de 2,38% e saca cotada a R$ 430,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação no dia em Franca (SP) com saca cotada a R$ 440,00 – estável.
A maior oscilação no dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 1,39% e saca a R$ 427,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 435,00 – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com queda de 1,42% e saca a R$ 417,00.
Na quarta-feira (05), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 426,68 e alta de 1,20%.