Café: Bolsa de NY recua pela quarta sessão seguida nesta 6ª e fecha semana com perdas acumuladas de 2,77%

Publicado em 31/08/2018 17:45

Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tiveram queda de mais de 100 pontos nesta sexta-feira (31). O mercado externo do grão foi pressionado por vendas especulativas e acompanhou o câmbio em parte do dia. Na semana, a queda acumulada foi de 2,77%.

O vencimento setembro/18 fechou o dia com queda de 85 pontos, a 98,10 cents/lb e o dezembro/18 anotou recuo de 125 pontos, a 101,40 cents/lb. Já o contrato março/19 registrou 104,70 cents/lb com 130 pontos de desvalorização e o maio/19 anotou 107,05 cents/lb com 130 pontos de perdas.

As cotações do arábica seguiram durante a maior parte da semana de olho no câmbio e fatores técnicos. O dólar comercial, no entanto, acabou fechando a sessão desta sexta em baixa com novidades no cenário político, mas conclui o mês com alta acumulada de 8,46%. Maior variação desde 2015.

A divisa registrou no dia queda de 1,78%, cotada R$ 4,0724 na venda, com investidores na expectativa dos desdobramentos da inclusão do registro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na pauta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O mercado chegou a trabalhar em alta, com máxima de R$ 4,1781.

"Está apenas seguindo a baixa do real", disse para a Reuters internacional Geordie Wilkes, analista técnico da Sucden Financial, em referências às recentes oscilações do café com o câmbio.

Com a quarta queda consecutiva, o mercado do arábica voltou a se aproximar das mínimas de 12 anos e meio da semana passada, em 99,35 cents/lb. As desvalorizações do real têm desencadeado também pesadas vendas especulativas no mercado. O grão fecha agosto com queda de 10%, sua maior queda mensal desde 2016.

A colheita de café da safra 2018/19 do Brasil foi indicada em 94% até o dia 28 de agosto, segundo levantamento divulgado pela consultoria Safras & Mercado. Levando em conta a estima da consultoria de produção da consultoria, já foram colhidas 56,97 milhões de sacas no país.

"Enquanto no conilon os trabalhos já se encerraram, a colheita de arábica entra na reta final, restando em muitos casos apenas a varreção. E os dados de produção vão confirmando a perspectiva de safra recorde e de boa qualidade", disse o analista de mercado da Safras, Gil Carlos Barabach.

Os produtores de café do Brasil, em finalização de colheita, estão temerosos com a florada antecipada recente. O momento ideal para a condição acontecer seria nos meses de setembro a outubro. "Talvez, tivesse sido melhor atrasar para outubro em que teríamos uma colheita mais uniforme, como na safra passada", disse o produtor rural do município, Alexandre Maroti.

Veja mais:
» Florada antecipada do café nos últimos dias preocupa produtores de Nova Resende (MG) com safra 2019/20

A Bolsa de Nova York não funciona na próxima segunda-feira (03) por conta do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos.

Mercado interno

O mercado brasileiro voltou a ter negócios lentos nesta semana nas principais praças de comercialização do Brasil com preços internos, inclusive, abaixo do custo de produção. "Nesse cenário, a liquidez e o volume de negócios envolvendo o arábica estiveram maiores", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) (-1,08%), Guaxupé (MG) (-2,13%), Patrocínio (MG) (-1,08%), ambas com saca a R$ 460,00. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 451,00 e queda de 2,17%.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação no dia em Franca (SP) com saca cotada a R$ 440,00 e queda de 3,30%. Essa foi a maior oscilação no dentre as praças.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 435,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Lajinha (MG) com valorização de 2,50% e saca a R$ 410,00.

Na quinta-feira (30), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 426,13 e alta de 0,11%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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