Café: Cotações do arábica reagem e sobem mais de 300 pts nesta 6ª em NY depois de mínimas de 12 anos

Publicado em 24/08/2018 17:31

Os futuros do café arábica tiveram importante reação na sessão desta sexta-feira (24) ao subirem mais de 300 pontos depois de quedas seguidas nos últimos dias. O mercado externo do grão estende os ganhos da sessão anterior com suporte de fatores técnicos e câmbio, já que o dólar passou a cair no dia e o real se fortalecer.

O vencimento setembro/18 encerrou a sessão com alta de 335 pontos, cotado a 100,55 cents/lb e o dezembro/18 registrou 104,85 cents/lb com avanço de 335 pontos. Já o contrato março/19 teve valorização de 325 pontos, a 108,05 cents/lb e o maio/19 anotou 110,40 cents/lb 325 pontos positivos. O acumulado da semana ficou estável.

O mercado futuro do café arábica registrou queda durante a maior parte da semana com pressão do dólar no Brasil, que até ontem avançava por sete sessões seguidas. As cotações da variedade no terminal externo chegaram a testar mínimas de 12 anos e ficaram abaixo de 100 cents/lb, mas acabaram encerrando a semana no positivo.

O campo positivo no dia foi motivado pelo fortalecimento do real, mas a cobertura de posições vendidos por parte dos operadores também contribuiu para o avanço. Há operadores que vendem porque eles esperam que os produtores estejam vendendo em real", disse um operador norte-americano para a Reuters internacional.

O dólar comercial recuou 0,45% no dia, cotado a R$ 4,1044 na venda, e rompeu uma sequência de altas. O mercado avançou em um movimento corretivo com bom humor no exterior, que não foi maior por conta do cenário político local. Na semana, a valorização da divisa foi de 4,85%.

"A torcida do mercado continua pesando a favor do Alckmin. Isso quer dizer que ainda tem espaço para o dólar piorar", afirmou para a Reuters o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves, ao justificar que muitos investidores foram às compras durante a tarde para se proteger no final de semana.

Do lado fundamental, não há novidades sobre o Brasil. A colheita segue no país e reforça as expectativas de alta produção e boa qualidade. A Safras & Mercado divulgou na quinta-feira (23) que os trabalhos atingiram 91% até o dia 21 de agosto. Levando em conta a estimativa de produção da consultoria, já foram colhidas 55,17 milhões de sacas.

"O clima predominante seco, embora levante especulações em torno do déficit hídrico, segue favorável aos trabalhos de colheita e secagem do café. No conilon, os trabalhos já se encerram. E no arábica entram na reta final, em alguns casos restando apenas a varreção", afirma o analista da Safras Gil Carlos Barabach.

Mercado interno

Os negócios no mercado brasileiro de café seguiram isolados durante toda a semana com preços mais baixos ou próximos da estabilidade na maioria das praças de comercialização. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, Eduardo Carvalhaes, analista de mercado do Escritório Carvalhaes, aconselhou os cafeicultores neste momento a venderem a safra aos poucos e pensar nas perspectivas do próximo ano para tomar suas decisões.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 480,00 e alta de 4,35%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 470,00 e alta de 6,82%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca R$ 440,00 e alta de 2,33%. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com alta de 4,88% e saca a R$ 430,00.

Na quinta-feira (22), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 415,58 e alta de 1,82%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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