Café: Em ajustes, Bolsa de Nova York reage na sessão desta 5ª feira após testar mínimas de 2006
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quinta-feira (23) com alta de cerca de 50 pontos. Depois de testar mínimas de 2006 na última sessão, o mercado externo do grão voltou a subir em ajustes técnicos e ignorou um novo avanço do dólar.
O vencimento setembro/18 encerrou a sessão com alta de 80 pontos, cotado a 97,20 cents/lb e o dezembro/18 registrou 101,50 cents/lb com avanço de 60 pontos. Já o contrato março/19 teve valorização de 40 pontos, a 104,65 cents/lb e o maio/19 anotou 107,15 cents/lb 50 pontos de positivos.
Com a queda de cerca de 100 pontos na véspera, o vencimento dezembro/18 atingiu o patamar de 99,35 cents/lb, menor nível no mercado do grão para um segundo contrato desde julho de 2006. O câmbio era o principal fator de pressão às cotações. Agora, ajustes técnicos são vistos.
Um novo avanço do dólar no Brasil foi ignorado pelo mercado grão na ICE, já que a moeda subiu 1,65%, cotada a R$ 4,1230 na venda no dia, após máxima de R$ 4,1289. Investidores voltaram a adotar posição mais defensiva acompanhando o exterior e o cenário político no Brasil.
Esse é o sétimo pregão seguido de alta. "É o conjunto da obra. Problemas lá fora, China e Estados Unidos, eleição no Brasil, a decisão do TSE e ainda o fator especulação", disse para a Reuters o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, em referência aos motivos do fechamento.
A Safras & Mercado divulgou nesta quinta-feira (23) que a colheita de café da safra 2018/19 do Brasil atingiu 91% até o dia 21 de agosto. O índice estava em 88% na semana passada. Levando em conta a estimativa de produção da consultoria nesta temporada, já foram colhidas 55,17 milhões de sacas.
"O clima predominante seco, embora levante especulações em torno do déficit hídrico, segue favorável aos trabalhos de colheita e secagem do café. No conilon, os trabalhos já se encerram. E no arábica entram na reta final, em alguns casos restando apenas a varreção", afirma o analista da Safras Gil Carlos Barabach.
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Mercado interno
O mercado brasileiro de café segue com baixo volume de negócios e com baixos preços nos últimos dias. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, Eduardo Carvalhaes, analista de mercado do Escritório Carvalhaes, aconselhou os cafeicultores neste momento a venderem a safra aos poucos e pensar nas perspectivas do próximo ano para tomar suas decisões.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) (-2,13%), Guaxupé (MG) (+1,55%) e Patrocínio (MG) (estável), ambos com saca a R$ 460,00. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 5,19% e saca a R$ 446,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 440,00 e alta de 1,15%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com avanço de 3,96% e saca cotada a R$ 420,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca R$ 435,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu em Lajinha (MG) com alta de 5,26% e saca a R$ 400,00.
Na quarta-feira (22), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 408,01 e alta de 0,03%.