Café: Cotações do arábica reagem nesta tarde de 5ª feira em NY após testarem mínimas de 12 anos
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com alta próxima de 50 pontos nesta tarde de quarta-feira (23). O mercado externo realiza ajustes técnicos depois de testar mínimas de 12 anos na véspera com nova e forte influência da desvalorização do real ante o dólar sobre os preços externos do grão.
Por volta das 12h08 (horário de Brasília), o contrato setembro/18 registrava alta de 105 pontos, cotado a 97,45 cents/lb, enquanto o dezembro/18 anotava 101,40 cents/lb com 50 pontos de avanço. Já o vencimento março/19 subia 50 pontos, valendo 104,75 cents/lb e o maio/19 tinha valorização 50 pontos, a 107,15 cents/lb.
Com a queda de cerca de 100 pontos na véspera, o vencimento dezembro/18 atingiu o patamar de 99,35 cents/lb, o menor patamar verificado no mercado do grão para um segundo contrato desde julho de 2006. O câmbio era o principal fator de pressão às cotações. Agora, no entanto, ajustes técnicos são vistos.
Apesar do avanço técnico, segundo analistas, o mercado externo segue atento ao câmbio. Às 11h58, o dólar comercial avançava 0,37%, cotado a R$ 4,0710 na venda, após nova rodada de tarifas comercial dos Estados Unidos e China e ainda o cenário político interno. A moeda acumula alta de 4,89% nos últimos seis pregões.
“O investidor corrige um pouco, mas não quer ficar vendido (aposta na queda do dólar) em dólar. Não há muito espaço para realização maior com as notícias atuais”, disse para a Reuters o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
A Safras & Mercado divulgou nesta quinta-feira (23) que a colheita de café da safra 2018/19 do Brasil atingiu 91% até o dia 21 de agosto. O índice estava em 88% na semana passada. Levando em conta a estimativa de produção da consultoria nesta temporada, já foram colhidas 55,17 milhões de sacas.
"O clima predominante seco, embora levante especulações em torno do déficit hídrico, segue favorável aos trabalhos de colheita e secagem do café. No conilon, os trabalhos já se encerram. E no arábica entram na reta final, em alguns casos restando apenas a varreção", afirma o analista da Safras Gil Carlos Barabach.
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