Café: Bolsa de Nova York encerra sessão desta 3ª feira com alta de 90 pts após nove quedas seguidas
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta terça-feira (21) com alta de 90 pontos no vencimento referência. Após quedas, o mercado externo do grão teve um dia de ajustes com realizações de lucros depois de atingir o nível mais baixo desde 2018.
O vencimento setembro/18 encerrou a sessão com alta de 70 pontos, cotado a 97,95 cents/lb e o dezembro/18 registrou 101,85 cents/lb com avanço de 90 pontos. Já o contrato março/19 teve valorização de 80 pontos, a 105,15 cents/lb e o maio/19 anotou 107,55 cents/lb 80 pontos de ganhos.
"Depois de o mercado atingir o patamar de US$ 1 por libra-peso, os vendidos começaram a realizar lucros e isso gera uma correção", disse em entrevista ao Notícias Agrícolas o analista da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach. Com pressão do câmbio, o arábica recuou por nove sessões seguidas.
O dólar comercial encerrou o dia com alta de 2,01%, cotado a R$ 4,0372 na venda. Maior nível desde 2016 com a repercussão da nova pesquisa de intenção de voto que mostra Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à Presidência preferido do mercado, ainda sem avanços expressivos. As informações são da Reuters.
"O mercado não considerava até poucos dias atrás um cenário sem Alckmin no segundo turno, mas já começou a precificá-lo. Assim, o dólar tem mesmo que ir para outro patamar", afirmou para a agência o economista da corretora Nova Futura, Pedro Paulo Silveira.
Para Barabach, a alta no mercado é técnica, mas a queda e possibilidade de o mercado ficar abaixo de US$ 1 por libra-peso é difícil de precisar, porém fatores baixistas rondam as cotações. "Um fator que ajude o mercado a trabalhar abaixo disso seria o dólar", ponderou o analista.
"Os fundamentos são negativos porque temos uma safra recorde que está terminando de ser colhida, safra cheia no Vietnã, Colômbia e Indonésia. Além disso, a valorização do dólar contra o real também joga contra os preços e também tem o fator técnico", complementou.
A Safras & Mercado divulgou na última quinta-feira (16) que a colheita de café no Brasil atingiu 88% até o dia 14 de agosto. No conilon, a colheita já havia sido finalizada. O avanço foi de pouco mais de cinco pontos percentuais em uma semana. A comercialização estava em 38% de uma produção estimada em 60,5 milhões de sacas de 60 kg.
Mercado interno
O mercado físico do arábica segue com poucos negócios na comparação com os últimos anos. "Como todo início de ano-safra, o mercado físico de arábica continua com bom volume de lotes ofertados e grande interesse comprador. No entanto, os preços oferecidos pelos compradores fazem muitos vendedores recuarem e impedem o fechamento de um número maior de negócios", explicou em informativo o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 e alta de 4,44%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 435,00 e alta de 1,16%. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com recuo de 2,87% e saca a R$ 406,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca R$ 435,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu em Lajinha (MG) com baixa de 3,80% e saca a R$ 380,00.
Na segunda-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 410,34 e queda de 1,18%.