Café: Bolsa de Nova York tem alta próxima de 100 pts nesta 6ª com suporte do dólar e ajustes após quedas recentes

Publicado em 03/08/2018 17:29

O mercado futuro do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou esta sexta-feira (03) com alta próxima de 100 pontos. O mercado externo realizou ajustes depois de quedas seguidas nos últimos dias, mas também teve suporte do câmbio. Esse avanço, no entanto, não reverteu as perdas acumuladas de 2,40% registradas na semana.

O vencimento setembro/18 fechou o dia com alta de 95 pontos, a 107,65 cents/lb e o dezembro/18 anotou 111,00 cents/lb com avanço de 90 pontos. Já o contrato março/18 registrou 114,50 cents/lb com 85 pontos de valorização e o maio/19, mais distante, fechou a sessão com 80 pontos de ganhos, encerrando a 116,90 cents/lb.

Durante o dia, o mercado do arábica chegou a subir mais de 100 pontos em ajustes técnicos depois de recuar nos últimos três pregões. Além disso, as cotações externas da variedade também tiveram suporte importante do câmbio. O dólar recuou 1,32%, fechando a R$ 3,707 na venda, dados mais pessimistas do mercado de trabalho dos Estados Unidos e a cena política local.

A divisa mais baixa em relação ao real tende a desencorajar as exportações da commodity, em compensação faz com que os preços externos avancem. Essa valorização registrada hoje, porém, não teve forças para reverter as perdas acumuladas ao longo da semana de mais de 2%. O vencimento setembro/18 caiu de 110,40 cents/lb para 107,75 cents/lb.

Informações positivas sobre a safra brasileira, que está em colheita, e a chegada das chuvas – depois de dias de seca – na maior parte do cinturão produtivo do Brasil, maior produtor e exportador do grão, foram os principais fatores de pressão ao mercado do arábica nos últimos dias. Essa alta no dia, portanto, não deve ser consolidada.

"Os futuros em Nova York ainda estão testando a baixa, e parece que ela pode se estabelecer desta vez já que a colheita do Brasil deve ser encerrada logo mais e a pressão dos produtores sobre o mercado deve ser menor", disse nesta quinta (02) em relatório o analista e vice-presidente da Price Futures, Jack Scoville.

Segundo levantamento da Cooxupé (Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé), a colheita do café dos seus cooperados alcançaram 65,12% do total até 27 de julho, ante 55,73% na semana anterior. Apesar do avanço por conta do tempo seco, os trabalhos no campo ainda seguem atrasados em relação aos últimos anos no país.

Já em todo o país, a consultoria Safras & Mercado aponta que os trabalhos de colheita no campo estavam em 68% até o dia 24 de julho. Os trabalhos avançaram cerca de sete pontos percentuais de uma semana para a outra e diminuíram o atraso. A atualização desses números deve ser divulgada no início da próxima semana pela empresa.

A previsão do tempo informa que chuvas devem ser registradas nos próximos dias sobre áreas produtores no Sudeste do Brasil, com acumulados mais expressivos em localidades ao Sul de Minas Gerais. As temperaturas devem continuar amenas no principal cinturão produtor brasileiro em função da alta umidade na região.

Mercado interno

No mercado brasileiro, os preços recuaram na semana ou ficaram nominais e poucos negócios foram registrados. "As cotações internas da variedade têm sido pressionadas pelo recuo no mercado externo, cenário que afasta principalmente vendedores do mercado, reduzindo a liquidez interna", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 e queda de 2,08%. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com recuo de 3,26% e saca a R$ 445,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 455,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com queda de 3,49% e saca a R$ 415,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 445,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com queda de 3,49% e saca a R$ 415,00.

Na quinta-feira (02), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 421,88 e queda de 1,16%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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