Café: Bolsa de Nova York encerra sessão desta 5ª feira com leve baixa e estende perdas recentes
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quinta-feira (12) com queda próxima de 50 pontos. Depois de oscilar dos dois lados da tabela, o mercado estendeu as perdas da véspera após movimentação dos fundos e especuladores e câmbio.
O vencimento setembro/18 encerrou o dia com queda de 40 pontos, a 111,65 cents/lb, enquanto o dezembro/18 anotou 115,10 cents/lb e 50 pontos de recuo. Já o contrato março/18 registrou 118,80 cents/lb com 45 pontos de baixa e o maio/19, mais distante, fechou a sessão com queda de 60 pontos, a 121,15 cents/lb.
Depois de avançar forte na semana passada, o arábica já completa a terceira baixa seguida. As cotações chegaram a esboçar alta técnica em parte do dia, mas sem forças, voltaram a recuar atraindo movimento vendedor dos fundos e especuladores. Além disso, segundo a Reuters internacional, o câmbio também impactou o mercado.
"Os preços receberam suporte da firmeza do real no começo do dia, o que desencoraja os agricultores a vender. O Brasil é o maior produtor de café do mundo", disse a agência de notícias. Acompanhando a cena política interna, o dólar comercial encerrou o dia com alta de 0,08%, cotado a R$ 3,8841 na venda. O câmbio impacta diretamente as exportações.
Em divulgação nesta quinta, o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) informou que os embarques na safra 2017/18 totalizaram 26,83 milhões de sacas de 60 kg, com queda de 8,5% em relação aos 29,33 milhões da temporada anterior. As exportações de conilon subiram fortemente, enquanto que as de arábica recuaram.
Leia mais:
Exportação de café do Brasil cai em 17/18 a menor nível em 6 anos; já se recupera, diz Cecafé
Do lado fundamental, operadores seguem acompanhando as informações sobre o avanço da colheita no Brasil, maior produtor e exportador. De acordo com levantamento da consultoria Safras & Mercado, os trabalhos no campo chegaram a 53% até o dia 10 de julho e estão atrasados em relação a média dos últimos cinco anos.
Segundo o analista da consultoria, Gil Carlos Barabach, o clima ajudou a colheita a avançar na última semana. "É verdade que continua atrasada em relação ao ano passado e à média para o período, mas isso é justificado pelo começo difícil, frente, especialmente, à maturação atrasada do conilon", apontou.
Por outro lado, a comercialização da safra está adiantada e chega a 31%.
Leia mais:
» Safras vê avanço em comercialização de café no Brasil, mas colheita segue atrasada
Mercado interno
Com a colheita ainda ocorrendo, os negócios com café seguem lentos no mercado brasileiro. "Iniciada oficialmente neste mês de julho, a colheita segue em bom ritmo no Brasil, de acordo com informações do Cepea", disse em nota o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) – estável e Patrocínio (MG) com alta de 2,08%, ambas com saca a R$ 490,00. Lajinha (MG) teve a maior variação no dia com recuo de 3,16% e saca a R$ 460,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 470,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 0,44% e saca a R$ 453,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 470,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Lajinha (MG) com queda de 1,15% e saca a R$ 430,00.
Na quarta-feira (10), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 444,84 e queda de 0,07%.