Café: Em ajustes e atenção ao Brasil, Bolsa de Nova York encerra sessão desta 5ª feira com alta de mais de 100 pts
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quinta-feira (24) com alta de mais de 100 pontos. O mercado realizou ajustes técnicos durante a maior parte do dia e operadores externos também acompanham informações sobre o desenvolvimento da safra no Brasil, maior produtor e exportador.
O vencimento julho/18 registrou na sessão 120,55 cents/lb com alta de 120 pontos e o setembro/18 anotou 122,75 cents/lb com 110 pontos de avanço. Já o contrato dezembro/18 fechou o dia com 126,30 cents/lb e valorização de 110 pontos, enquanto o março/19, mais distante, subiu 110 pontos, cotado a 129,75 cents/lb.
Depois da queda na véspera, o dia foi de acomodação técnica para o café arábica, segundo reportam agências internacionais de notícias. Além disso, operadores no terminal externo ainda acompanham as recentes informações sobre a safra 2018/19 do Brasil. Relatos de geadas isoladas nos últimos dias deixaram o mercado preocupado.
"Áreas de cultivo no Sul de Minas Gerais registraram temperaturas bastante frias a ponto de danificar a colheita nesta semana, mas são baixos os relatos de anos. O tempo permanece seco na maior parte em áreas arábica, mas localidades de conilon receberam chuvas recentemente", disse em relatório o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
O câmbio, que também vinha impactando os negócios externos do arábica, exerceu impacto praticamente nulo sobre as cotações da variedade nesta quinta-feira. O dólar comercial encerrou o dia com alta de 0,64%, cotado a R$ 3,6483 na venda, acompanhando a greve dos caminhoneiros no país e o cenário internacional.
"Até que se saiba o impacto da paralisação (dos caminhoneiros) na economia e nas contas públicas, o mercado fica mais cauteloso", afirmou o diretor da mesa de câmbio da corretora Multimoney, Durval Correa, para a agência de notícas Reuters. A moeda estrangeira impacta diretamente as exportações do grão.
Em entrevista ao Notícas Agrícolas nesta quinta-feira, Carlos Paulino, presidente da Cooxupé (Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé), disse que caminhões estão impossibilitados de entrar e sair da Cooxupé neste momento. O setor da cafeicultura e os produtores foram atingidos, mas ele lembra que o café não é um produto perecível.
Mercado interno
Segundo reporte do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), os negócios com café são pontuais com vendedores distantes do mercado físico, além de produtores atentos aos trabalhos de colheita e à espera de valorização mais expressiva dos grãos para voltar a negociar.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 503,00 e alta de 0,80%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,27% e saca a R$ 477,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 475,00 e alta de 1,06%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 1,32% e saca cotada a R$ 461,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 470,00 e alta de 0,86%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Araguari (MG) com alta de 4,35% e saca a R$ 480,00.
Na quarta-feira (23), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 451,98 e queda de 0,77%.