Café: Cotações do arábica avançam mais de 200 pts nesta 2ª feira em NY com relatos de geada e câmbio
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (21) com alta de mais de 200 pontos. O mercado externo do grão segue em acomodação técnica depois da queda no início da semana passada, mas também teve suporte importante durante o dia do câmbio e temores com a safra brasileira diante da recente onda de frio.
O vencimento julho/18 registrou na sessão de hoje 120,20 cents/lb com alta de 220 pontos e o setembro/18 anotou 122,45 cents/lb com 220 pontos de avanço. Já o contrato dezembro/18 fechou o dia com 125,95 cents/lb e valorização de 220 pontos, enquanto o março/19, mais distante, avançou 215 pontos, fechando o dia a 129,35 cents/lb. Esse é o quarto avanço seguido.
O mercado do arábica chegou a operar em baixa na manhã desta segunda-feira estendendo as perdas acumuladas da semana passada. No entanto, logo os relatos de geada em áreas produtoras do Brasil de café passou a tomar conta das mesas de negociação. Segundo um corretor de café de Minas Gerais à Reuters, os prejuízos foram pequenos. "Nada significativo", disse.
"Isso aumentou a preocupação com possíveis danos às safras e estimulou algumas compras no mercado futuro", disseram traders para a Reuters internacional. Com essa alta expressiva do arábica na ICE, os principais contratos negociados no terminal exter.no retomaram o patamar de US$ 1,20 por libra-peso, fato que não era registrado há meses, segundo agências internacionais de notícias.
O frio ainda deve continuar neste início de semana em diversas regiões produtoras do Brasil, não apenas as de café. Em entrevista ao Notícias Agrícolas na manhã desta segunda, Osmar Pereira Jr., presidente do Sindicato Rural de Patrocínio (MG), explicou que uma geada de média intensidade foi registrada na região na madrugada de hoje. Outras cidades do Cerrado de Minas Gerais também foram atingidas.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou na última semana sua segunda estimativa de produção para a safra 2018/19. O volume deve ser recorde, com 58 milhões de sacas beneficiadas de 60 kg. O crescimento apontado é de 29,1% em relação à safra passada. O bom resultado deve-se à bienalidade positiva das lavouras e às condições climáticas favoráveis até o momento no cinturão brasileiro.
A valorização do real ante o dólar após dias de queda também contribuiu para a queda no mercado, segundo analistas. O dólar comercial encerrou o dia com queda de 1,35%, a R$ 3,689 na venda, com o mercado repercutindo uma intervenção mais forte do Banco Central depois de seis altas consecutivas da moeda estrangeira. O dólar mais baixo em relação ao real tende a desencorajar as exportações da commodity.
"O BC, que foi bastante criticado na semana passada, mostrou as caras para tentar conter a volatilidade do dólar", trouxe a Correparti Corretora em relatório. As informações são da Reuters internacional.
Mercado interno
Os negócios no mercado brasileiro registrou mais negócios na última semana com picos de alta do câmbio e do mercado externo. "A valorização do dólar compensou com folga a queda da semana em Nova Iorque e o mercado físico brasileiro de café movimentou-se. Com ofertas melhores, cresceu o volume de negócios. Vários lotes que estavam parados por diferenças de preços entre compradores e vendedores de 15 a 20 reais foram fechados", disse em boletim semanal o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 513,00 e alta de 0,98%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 1,08% e saca a R$ 470,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 480,00 e queda de 1,03%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 480,00 e alta de 1,05%. A maior oscilação dentre as praças no dia foi registrada na Média Rio Grande do Sul com valorização de 2,27% e saca a R$ 450,00.
Na sexta-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 455,80 e alta de 0,80%.