Café: Dólar dispara e Bolsa de Nova York encerra sessão desta 3ª feira em queda pela terceira sessão seguida
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta terça-feira (15) com queda de mais de 50 pontos. O mercado externo recua pelo terceiro pregão seguido ainda pressionado pelo câmbio, movimentação dos especuladores e informações sobre a safra 2018/19 do Brasil, maior produtor e exportador.
O vencimento julho/18 registrou na sessão 116,95 cents/lb com queda de 65 pontos e o setembro/18 anotou 119,25 cents/lb com 65 pontos de baixa. Já o contrato dezembro/18 fechou o dia com 122,80 cents/lb e desvalorização de 65 pontos e o março/19, mais distante, recuou 70 pontos, fechando o dia a 126,30 cents/lb.
"O mercado mais uma vez foi pressionado pela desvalorização da moeda brasileira", disse em relatório o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado. O dólar subiu pelo terceiro dia seguido e chegou a testar máximas próximas de R$ 3,70. Nos últimos três pregões, a moeda ficou 3,22% mais cara ante o real.
O dólar comercial encerrou o dia com alta de 0,90%, cotado a R$ 3,6608 na venda, com investidores acompanhando o cenário externo diante de temores de alta nos juros nos Estados Unidos maior que o esperado. A valorização da moeda estrangeira tende a encorajar as exportações da commodity, impactando nos preços externos.
Além disso, o movimento inesperado de especuladores reportado na véspera e novas informações sobre a safra brasileira neste ano também repercutem no mercado. Segundo a Reuters internacional, a grande safra do Brasil ainda segue fortemente no foco dos operadores. Os trabalhos no campo já começaram e devem ganhar mais ritmo nas próximas semanas.
"Provavelmente veremos a colheita até outubro, devido ao tamanho da safra", disse Ricardo Santos, diretor da Riccoffee, para a agência. "Mas uma coisa é certa, há muito café", ponderou.
Mercado interno
O mercado brasileiro segue com negócios isolados neste início de semana. Mesmo com a chegada da safra, é pequeno o volume de café novo que chega ao mercado, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP). Consultorias apontam ainda que os preços internos voltaram a recuar, dificultando o fechamento de negócios.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 492,00 e alta de 1,03%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 475,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 0,44% e saca a R$ 456,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 470,00 e alta de 4,44%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.
Na segunda-feira (14), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 443,00 e queda de 1,22%.