Café: Mercado do arábica perde mais de 100 pts nesta 3ª em NY com pressão do câmbio e informações do Brasil

Publicado em 08/05/2018 17:37

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta terça-feira (08) com queda de mais de 100 pontos. Essa já é a terceira baixa consecutivo. O mercado externo do grão seguiu impactado na sessão pelo câmbio e informações otimistas sobre a safra 2018/19 do Brasil, que logo mais será colhida.

O vencimento julho/18 registrou 119,60 cents/lb com queda de 115 pontos e o setembro/18 anotou 122,00 cents/lb com recuo de 115 pontos. Já o contrato dezembro/18 fechou o dia com 125,40 cents/lb e desvalorização de 120 pontos e o março/19, mais distante, caiu 115 pontos, fechando a 128,90 cents/lb.

"O mercado externo do grão testou ajustes técnicos nas primeiras horas de pregão, mas logo voltou a recuar com pressão do câmbio e ainda em meio às informações sobre o início da safra brasileira", disse em relatório o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.

A trader sul-africana I&M Smith sinalizou que repercute no mercado um nova safra de café no Brasil entre 8% e 10% maior. A empresa ressaltou ainda que o café conilon no país já começou a ser colhida e a de arábica deve ganhar ritmo em cerca de um mês. Consultorias privadas esperam safra de até 60 milhões de sacas de 60 kg no país.

"Algumas pessoas também comentam que a temporada de inverno seca, mas principalmente ensolarada chegando, e com a maioria das fazendas de café do Brasil ostentando bons níveis de retenção de água subterrânea, o amadurecimento das cerejas de café deve ser favorecido", disse a trader. Por outro lado, alguns produtores começam a relatar perdas por conta do tempo.

A OIC divulgou em relatório nesta terça uma elevação na sua previsão de consumo global na temporada 2017/18 de 159,92 milhões de sacas de 60 kg, com o mercado esperando agora um déficit de 254 mil sacas em vez de um superávit, conforme estava previsto anteriormente. A produção no mundo foi apontada em 159,66 milhões de sacas.

Leia mais:
» OIC prevê pequeno déficit global de café em 2017/18 após apontar consumo maior

Mais uma vez, o câmbio também contribuiu para as perdas do arábica na ICE. O dólar comercial encerrou o dia com alta de 0,45%, cotado a R$ 3,5689 na venda, no maior patamar desde 2 de junho de 2016. O mercado repercutiu a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã. A divisa mais alta em relação ao real tende a encorajar as exportações.

Mercado interno

Poucas oscilações foram registradas no dia nas praças de comercialização do Brasil. Os negócios com café seguem isolados depois de aquecimento nos últimos dias. O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) destacou em informativo que foram lentas as transações no mercado em abril. "Quanto aos poucos negócios desse mês, foram de cafés mais finos, fechados em dias de alta dos futuros e, principalmente, do dólar", informou.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 493,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Lajinha (MG) com alta de 1,10% e saca a R$ 460,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 470,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 1,10% e saca a R$ 460,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) (estável) e Guaxupé (MG) (estável), ambas com saca a R$ 460,00. A maior oscilação ocorreu em Lajinha (MG) com avanço de 3,61% e saca R$ 430,00.

Na segunda-feira (07), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 445,31 e queda de 1,29%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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