Café: Bolsa de Nova York estende perdas da véspera e atinge mínimas de mais de dois anos nesta 3ª feira

Publicado em 17/04/2018 17:40

O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) estendeu as perdas da véspera na sessão desta terça-feira (17). As cotações seguem impactadas pela perspectiva de safra alta no Brasil, maior produtor e exportador neste ano, além de fatores técnicos. Os principais vencimentos testaram os menores patamares em mais de dois anos.

O contrato maio/18 fechou a sessão de hoje com queda de 65 pontos, cotado a 113,60 cents/lb, já o julho/18 anotou 115,90 cents/lb com recuo de 65 pontos. Enquanto que o setembro/18 registrou 118,10 cents/lb com baixa de 55 pontos e o dezembro/18 anotou 121,60 cents/lb e 55 pontos de desvalorização. Essa é a quarta sessão consecutiva de baixa.

Dando sequência às perdas da véspera, o mercado do arábica na ICE voltou a repercutir as informações de alta produção no Brasil na safra 2018/19, com possibilidade de recorde, segundo informa a Reuters internacional. Com ampla oferta global, os preços externos tendem a recuar. O país é o maior produtor e exportador do grão no mundo.

"Traders preveem grandes produções no Brasil e Vietnã neste ano e permanecem aquém do mercado. Em Nova York estão repercutindo sobre bom tempo sendo reportado no Brasil e esperam outra grande safra no país", disse em relatório o analista de mercado e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.

Em divulgação recente, a consultoria Safras & Mercado estimou que a produção de café na safra 2018/19 pode totalizar um recorde de até 60,5 milhões de sacas de 60 kg. O volume representaria um aumento de até 20% ante a temporada 2017/18, apontada em 50,6 milhões de sacas. A estimativa ocorre em um cenário de bienalidade positiva para a maioria das lavouras, retomada do conilon e melhores condições climáticas.

A previsão do tempo segue positiva nas áreas produtoras de café do Brasil, segundo previsões do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). No entanto, na maior parte do Sudeste brasileiro as precipitações caem em forma de pancada e bastante isoladas. A partir de quarta-feira as nebulosidades diminuem sobre a região.

Movimentos técnicos também seguem favorecendo a alta no mercado do arábica na ICE. Segundo informa Scoville os fundos entraram vendidos ontem, e continuam ainda hoje. O especialista ainda destaca a forte oferta por trás da pressão nas cotações. O câmbio, que chegou a impactar as cotações em parte dos trabalhos de ontem teve pouca influência nesta terça.

Mercado interno

Informações dão conta que os negócios seguem lentos nas praças de comercialização do Brasil nesta semana. De acordo com boletim recente divulgado pelo Escritório Carvalhaes, uma das mais tradicionais corretoras do país, os preços ofertados são considerados baixos e o instável quadro internacional e nacional levam os cafeicultores a hesitarem bastante na hora de vender.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 465,00 e queda de 1,06%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Lajinha (MG) com queda de 1,14% e saca R$ 435,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 440,00 e queda de 1,12%. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 1,14% e saca cotada a R$ 435,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca R$ 440,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu na Média Rio Grande do Sul com baixa de 2,33% e saca a R$ 420,00.

Na segunda-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 428,19 e queda de 0,60%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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