Café: Bolsa de NY testa reação nesta 2ª feira e sobe mais de 100 pts após queda acumulada de 2% na semana passada

Publicado em 19/03/2018 17:38

Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (19) com alta de mais de 100 pontos. Depois de queda acumulada de mais de 2% na semanam passada, o mercado externo do grão teve suporte técnico durante todo o dia. Apesar da alta, os principais vencimentos seguem abaixo de US$ 1,20 por libra-peso.

O contrato maio/18 anotou 119,35 cents/lb com avanço de 130 pontos. O vencimento julho/18 fechou o dia a 121,45 cents/lb com valorização de 125 pontos e setembro/18, mais distante, fechou a sessão a 123,60 cents/lb com 120 pontos de ganhos.

Até a última sexta-feira, o mercado externo do arábica vinha de três sessões seguidas no vermelho. O mercado tinha pressão do câmbio, informações mais otimistas com a produção global do grão e fatores técnicos. Agora, ajustes técnicos são vistos em mais uma consolidação clara do patamar de US$ 1,20/lb, mesmo sem muitas novidades fundamentais.

Apesar da queda técnica, segundo explica o analista de mercado e diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa, o mercado segue acompanhando informações de viés baixista. "O Brasil tem uma safra grande chegando, com estoques disponíveis suficientes para fechar o atual ciclo e há a um grande volume de vendas que ainda precisa vir ao mercado tornando difícil uma apreciação do terminal", disse.

Ainda para o analista, a percepção do mercado não ter ainda atingido níveis que desestimulem a produção tendo dois superávits razoáveis nos próximos dois anos-safra, faz os agentes estar negativos para a bolsa de Nova Iorque, mas não excessivamente baixistas como se poderia imaginar.

Um dos principais fatores de pressão no mercado na última semana foi a divulgação do Rabobank. O banco elevou  elevou de 1,5 milhão de sacas para 2,6 milhões sua estimativa de superávit mundial na safra de 2017/18 e também atualizou de 900 mil para 3,2 milhões de sacas sua previsão de superávit na próxima temporada. A mudança reflete esperanças de melhora na colheita de países como a Etiópia e Nicarágua.

Para o Escritório Carvalhaes, esses dados mostram aumentos inexpressivos, dentro da margem de erro de qualquer estimativa mundial que seja feita, mas foi o suficiente para inverter a sinalização de mercado em Nova Iorque. 

O câmbio também movimentou o mercado na semana passada, mas na sessão desta segunda, dia de acomodação técnica, teve pouca influência. Na espera do desfecho do encontro de política monetária do Fed (Federal Reserve), banco central norte-americano, a divisa encerrou o dia com alta de 0,17%, cotada a R$ 3,2845 na venda. As oscilações da divisa impactam diretamente as exportações.

Mercado interno

Os negócios com café seguem acontecendo lentamente nas praças de comercilização do Brasil diante das quedas no cenário externo que impactam os preços internos. "O mercado físico brasileiro acompanhou o que aconteceu na ICE. Na terça-feira foi fechado um número maior de negócios, e a partir da quinta-feira a queda em Nova Iorque praticamente paralisou os negócios no mercado físico", disse o Escritório Carvalhaes sobre a semana anterior.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 479,00 e alta de 1,05%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Patrocínio (MG) com avanço de 1,09% e saca a R$ 465,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca cotada a R$ 469,00 e alta de 1,08%. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Varginha (MG) com recuo de 1,16% e saca a R$ 425,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 447,00 e alta de 1,13%. A maior oscilação no dia ocorreu no Oeste da Bahia (AIBA) com desvalorização de 2,30% e saca a R$ 425,00.

Na sexta-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 427,10 e alta de 0,09%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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