Café: Mercado do arábica recua cerca de 50 pts nesta 4ª na Bolsa de Nova York e reverte ganhos da véspera

Publicado em 07/03/2018 17:50

Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quarta-feira (7) com queda próxima de 50 pontos. O mercado externo do grão oscila com base em indicadores gráficos e câmbio e se acomoda tecnicamente ao redor de US$ 1,20 por libra peso. Essa queda reverte praticamente todos os ganhos da véspera.

O vencimento março/18 fechou a sessão cotado a 119,30 cents/lb com queda de 65 pontos, o maio/18 registrou 120,75 cents/lb com recuo de 50 pontos. Já o contrato julho/18 encerrou o dia com 122,95 cents/lb e desvalorização de 50 pontos e o setembro/18, mais distante, teve queda de 50 pontos, fechando a 125,20 cents/lb.

O mercado externo do arábica chegou a oscilar dos dois lados da tabela durante a sessão desta segunda. No entanto, a queda acabou prevalecendo no fim dos trabalhos diante da valorização na sessão anterior. O câmbio e informações sobre o desenvolvimento da safra 2018/19 do Brasil também contribuíram para a queda, segundo sites internacionais.

O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com alta de 1,0%, cotado a R$ 3,2441 na venda com temor de guerra comercial global. Na máxima da sessão, a moeda norte-americana atingiu R$ 3,2494. A valorização do dólar ante o real impacta diretamente nas exportações da commodity, por outro lado, os futuros tendem a recuar.

Do lado fundamental, a safra brasileira que será colhida nos próximos meses segue em desenvolvimento e o mercado está atento, segundo informa o analista da Price Futures Group, Jack Scoville. "Nova Iorque estão acompanhando o bom tempo sendo relatado no Brasil e espera outra grande safra", diz.

Consultorias chegam a estimar a possibilidade de colheita recorde neste ano, ao redor de 60 milhões de sacas de 60 kg. O setor produtivo, porém, diz acreditar que ainda é cedo para cravar essa possibilidade de recorde já que lavouras condições adversas durante a florada.

O Rabobank, um dos maiores bancos especializados em commodities do mundo, elevou recentemente sua previsão para os preços do café arábica, já que reduziu sua previsão para a safra brasileira para bem abaixo das expectativas de outros analistas, citando danos causados ​​por pragas. As informações são do site internacional Agrimoney.

Após tour em 5.000 km de áreas de cultivo no coração do café do Brasil, o banco reduziu em 2,2 milhões de sacas de 60 kg, para 56,8 milhões sua previsão para a colheita do grão no país neste ano.

Leia mais:
» Café: Rabobank eleva esperança de melhora nos preços diante de pragas no Brasil

Mercado interno

Depois de aquecimento das vendas nos últimos dias, o cenário voltou a ficar complicado nas praças de comercialização do Brasil diante das recentes quedas externas e recuo do dólar. "De modo geral, agentes permanecem retraídos, cenário que tem mantido baixa a liquidez interna", disse em nota o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 476,00 e alta de 0,85%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Patrocínio (MG) com avanço de 1,08% e saca a R$ 470,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca cotada a R$ 466,00 e valorização de 0,87%. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Varginha (MG) com queda de 1,16% e saca a R$ 425,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 445,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu no Oeste da Bahia com queda de 2,27% e saca a R$ 430,00.

Na terça-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 431,90 com alta de 0,56%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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