Café: Pressionada por fatores técnicos, Bolsa de Nova York cai mais de 100 pts nesta 2ª feira e estende perdas

Publicado em 05/03/2018 17:37

Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) recuaram mais de 100 pontos na sessão desta segunda-feira (5). O mercado externo recuou pela segunda sessão consecutiva diante de fatores técnicos, com vendas sendo registradas, além do câmbio e informações sobre a safra brasileira ainda seguem pressionando os preços externos.

O vencimento março/18 fechou a sessão cotado a 119,20 cents/lb com queda de 115 pontos, o maio/18 registrou 121,10 cents/lb com queda de 110 pontos. Já o contrato julho/18 encerrou o dia com 123,35 cents/lb e desvalorização de 105 pontos e o setembro/18, mais distante, recuou 100 pontos, fechando a 125,60 cents/lb.

O mercado externo registrou vendas baseadas em gráficos durante a sessão desta segunda-feira, pressionando os preços para abaixo de US$ 1,21 por libra-peso, segundo reporta a Reuters internacional. Além disso, o câmbio e informações sobre o desenvolvimento da safra 2018/19 do Brasil, maior produtor e exportador do grão seguem repercutindo.

"Os fundos continuam muito vendidos, e o interesse de compra nos mercados de moedas permanece difícil de ver. Eles antecipam grandes no Brasil e no Vietnã neste ano e acredito que os compradores estão bem cobertos agora. Outros especuladores parecem interessados ​​em comprar, mas não encontraram boas razões reais para fazê-lo", disse em relatório o analista da Price Futures Group, Jack Scoville.

A safra 2018/19 do Brasil segue em desenvolvimento. Consultorias chegam a estimar a possibilidade de colheita recorde neste ano, ao redor de 60 milhões de sacas de 60 kg. Do outro lado, o setor produtivo diz acreditar que ainda é cedo para cravar essa possibilidade de recorde, além disso algumas lavouras enfrentaram condições adversas durante a florada.

Durante parte do dia, o câmbio contribuiu para a pressão no mercado do arábica. O dólar, no entanto, acabou encerrando a sessão desta segunda-feira com queda de 0,08%, cotada a R$ 3,2481 na venda.  Na máxima da sessão, a moeda foi a R$ 3,2645 e, na mínima atingiu R$ 3,2457. As oscilações na moeda estrangeira impactam diretamente nas exportações da commodity.

De acordo com dados da OIC (Organização Internacional do Café), as exportações globais de café subiram 20,7% em janeiro, totalizando 11,01 milhões de sacas. Houve um salto tanto na variedade arábica quanto no conilon. Nos quatro primeiros meses da temporada de 2017/18, as exportações de café aumentaram 3,1% para um total de 40,74 milhões de sacas.

Mercado interno

O volume de transações nas praças de comercialização do Brasil apresentou melhora nos últimos dias, segundo aponta o Escritório Carvalhaes. "Esses negócios foram realizados principalmente nas horas em que coincidia Nova Iorque em alta com o dólar subindo frente ao real. Os cafeicultores consideram baixas as bases de preço oferecidas pelos compradores e vendem apenas o necessário para fazer frente aos compromissos mais próximos", reportou em relatório.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 475,00 e queda de 1,04%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 2,25% e saca a R$ 435,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca cotada a R$ 467,00 e desvalorização de 0,64%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com queda de 1,15% e saca a R$ 430,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 448,00 e avanço de 0,22%. A maior oscilação no dia ocorreu na Média Rio Grande do Sul com queda de 2,22% e saca cotada a R$ 440,00.

Na sexta-feira (3), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 437,18 com queda de 0,07%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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