Café: Apesar de queda nesta 6ª feira, Bolsa de Nova York encerra a semana com alta acumulada de cerca de 1%

Publicado em 02/03/2018 17:26

O mercado do café arábica encerra a semana com alta próxima de 1% na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), apesar de queda nesta sexta-feira (2). Os principais vencimentos se consolidam acima do patamar de US$ 1,20 por libra-peso. A alta que prevaleceu durante os últimos dias foi mais técnica, mas operadores externos seguem acompanhando o desenvolvimento da safra 2018/19 do Brasil.

No mercado interno, os negócios com café seguem bastante lentos com os preços bem distantes do desejo do produtor. (Veja mais informações abaixo)

Na sessão de hoje, o vencimento março/18 fechou a sessão cotado a 120,35 cents/lb com queda de 210 pontos, o maio/18 registrou 122,20 cents/lb com queda de 175 pontos. Já o contrato julho/18 encerrou o dia com 124,40 cents/lb e desvalorização de 160 pontos e o setembro/18, mais distante, recuou 150 pontos, fechando a 126,60 cents/lb. O mercado reverteu todos os ganhos da véspera.

Em meio à ausência de novidades fundamentais, o mercado do arábica oscilou essencialmente baseado em fatores técnicos nesta semana. Segundo Jack Scoville, parte dos fundos no mercado estão bastante vendidos, enquanto outros especuladores parecem interessados ​​em comprar, mas não encontraram boas razões para fazê-lo. Ainda assim, as cotações mostraram forças acima de US$ 1,20/lb.

"Nova Iorque está notando o bom tempo relatado no Brasil e espera outra grande safra", disse o analista em relatório. De fato, operadores no terminal externo ainda acompanham o desenvolvimento da safra 2018/19, ainda que essas informações já tenham sido precificadas nas últimas semanas. Consultorias chegam a estimar a possibilidade de colheita recorde neste ano, ao redor de 60 milhões de sacas de 60 kg.

Do outro lado, entidades do setor produtivo acreditam em números mais baixos que isso. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), entidade oficial de levantamentos de safra no Brasil, estima a safra geral do país entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas por conta da bienalidade e das condições climáticas favoráveis. O levantamento foi realizado em dezembro.

"Estamos em fevereiro, faltam ainda mais de quatro meses do atual ano-safra, mas tanto analistas como compradores concentram o debate no tamanho da próxima safra brasileira de café", disse em seu relatório mais recente o Escritório Carvalhaes. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo e qualquer novidade sobre o desenvolvimento de suas lavouras impactam no mercado.

Apesar de fechar a sessão desta sexta-feira próximo da estabilidade, o dólar impactou o mercado em parte da semana, principalmente acompanhando o exterior. A moeda estrangeira fechou a sessão com queda de 0,13%, cotada a R$ 3,2506. As oscilações na divisa impactam diretamente nas exportações da commodity.

De acordo com dados da OIC (Organização Internacional do Café), as exportações globais de café subiram 20,7% em janeiro, totalizando 11,01 milhões de sacas. Houve um salto tanto na variedade arábica quanto no conilon. Nos quatro primeiros meses da temporada de 2017/18, as exportações de café aumentaram 3,1% para um total de 40,74 milhões de sacas.

Mercado interno

Os negócios com café foram bastante lentos durante a semana no Brasil. Os atuais patamares de preço não chamam a atenção dos produtores. "Especialmente para o arábica, após as fortes quedas dos valores nacionais e internacionais na semana retrasada, compradores e vendedores deixaram o spot, travando os negócios", disse em nota na quarta-feira o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Varginha (MG) com queda de 1,11% e saca cotada a R$ 445,00. As cidades com maior valor de negociação no período foram Guaxupé (MG) (+0,42%) e Poços de Caldas (MG) (+0,42%), ambas com saca a R$ 480,00.

No tipo 4/5, a maior variação na semana foi registrada na cidade de Franca (SP) com valorização de 3,41% (+R$ 15,00) e saca a R$ 455,00. A praça de Poços de Caldas (MG) teve maior valor de negociação no período com saca a R$ 470,00 e alta de 0,43% no período.

O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Franca (SP) com alta de 3,49% (+R$ 15,00) e saca a R$ 445,00. O maior valor de negociação no período foi registrado em Araguari (MG) (-1,10%) e Média Rio Grande do Sul (+3,45%), ambas com saca a R$ 450,00.

Na quinta-feira (1º), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 437,48 e alta de 0,23%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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