Café: Apesar de queda nesta 6ª feira, Bolsa de Nova York encerra a semana com alta acumulada de cerca de 1%
O mercado do café arábica encerra a semana com alta próxima de 1% na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), apesar de queda nesta sexta-feira (2). Os principais vencimentos se consolidam acima do patamar de US$ 1,20 por libra-peso. A alta que prevaleceu durante os últimos dias foi mais técnica, mas operadores externos seguem acompanhando o desenvolvimento da safra 2018/19 do Brasil.
No mercado interno, os negócios com café seguem bastante lentos com os preços bem distantes do desejo do produtor. (Veja mais informações abaixo)
Na sessão de hoje, o vencimento março/18 fechou a sessão cotado a 120,35 cents/lb com queda de 210 pontos, o maio/18 registrou 122,20 cents/lb com queda de 175 pontos. Já o contrato julho/18 encerrou o dia com 124,40 cents/lb e desvalorização de 160 pontos e o setembro/18, mais distante, recuou 150 pontos, fechando a 126,60 cents/lb. O mercado reverteu todos os ganhos da véspera.
Em meio à ausência de novidades fundamentais, o mercado do arábica oscilou essencialmente baseado em fatores técnicos nesta semana. Segundo Jack Scoville, parte dos fundos no mercado estão bastante vendidos, enquanto outros especuladores parecem interessados em comprar, mas não encontraram boas razões para fazê-lo. Ainda assim, as cotações mostraram forças acima de US$ 1,20/lb.
"Nova Iorque está notando o bom tempo relatado no Brasil e espera outra grande safra", disse o analista em relatório. De fato, operadores no terminal externo ainda acompanham o desenvolvimento da safra 2018/19, ainda que essas informações já tenham sido precificadas nas últimas semanas. Consultorias chegam a estimar a possibilidade de colheita recorde neste ano, ao redor de 60 milhões de sacas de 60 kg.
Do outro lado, entidades do setor produtivo acreditam em números mais baixos que isso. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), entidade oficial de levantamentos de safra no Brasil, estima a safra geral do país entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas por conta da bienalidade e das condições climáticas favoráveis. O levantamento foi realizado em dezembro.
"Estamos em fevereiro, faltam ainda mais de quatro meses do atual ano-safra, mas tanto analistas como compradores concentram o debate no tamanho da próxima safra brasileira de café", disse em seu relatório mais recente o Escritório Carvalhaes. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo e qualquer novidade sobre o desenvolvimento de suas lavouras impactam no mercado.
Apesar de fechar a sessão desta sexta-feira próximo da estabilidade, o dólar impactou o mercado em parte da semana, principalmente acompanhando o exterior. A moeda estrangeira fechou a sessão com queda de 0,13%, cotada a R$ 3,2506. As oscilações na divisa impactam diretamente nas exportações da commodity.
De acordo com dados da OIC (Organização Internacional do Café), as exportações globais de café subiram 20,7% em janeiro, totalizando 11,01 milhões de sacas. Houve um salto tanto na variedade arábica quanto no conilon. Nos quatro primeiros meses da temporada de 2017/18, as exportações de café aumentaram 3,1% para um total de 40,74 milhões de sacas.
Mercado interno
Os negócios com café foram bastante lentos durante a semana no Brasil. Os atuais patamares de preço não chamam a atenção dos produtores. "Especialmente para o arábica, após as fortes quedas dos valores nacionais e internacionais na semana retrasada, compradores e vendedores deixaram o spot, travando os negócios", disse em nota na quarta-feira o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Varginha (MG) com queda de 1,11% e saca cotada a R$ 445,00. As cidades com maior valor de negociação no período foram Guaxupé (MG) (+0,42%) e Poços de Caldas (MG) (+0,42%), ambas com saca a R$ 480,00.
No tipo 4/5, a maior variação na semana foi registrada na cidade de Franca (SP) com valorização de 3,41% (+R$ 15,00) e saca a R$ 455,00. A praça de Poços de Caldas (MG) teve maior valor de negociação no período com saca a R$ 470,00 e alta de 0,43% no período.
O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Franca (SP) com alta de 3,49% (+R$ 15,00) e saca a R$ 445,00. O maior valor de negociação no período foi registrado em Araguari (MG) (-1,10%) e Média Rio Grande do Sul (+3,45%), ambas com saca a R$ 450,00.
Na quinta-feira (1º), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 437,48 e alta de 0,23%.