ITAL e IAC desenvolvem tecnologia inédita para obtenção de ingrediente fonte de cafeína, sem o uso de solventes

Publicado em 27/02/2018 12:42
Obtido a partir da casca de café e com aplicação na indústria, produto será apresentado pela primeira vez no AgriFutura – Inovações no Agronegócio

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL-APTA) e do Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, desenvolveram tecnologia inédita para obtenção de ingredientes a partir da casca do café robusta, sem o uso de solventes. O ingrediente natural aquoso e seco pode ser usado como fonte de cafeína na indústria de alimentos e bebidas não alcoólicas de baixo valor calórico e energético natural, além de ter aplicação na formulação de cosméticos e fármacos naturais. O processo teve pedido de patente depositado no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).  O ITAL e o IAC são ligados à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), órgão da Secretaria.

A tecnologia será apresentada pela primeira vez no evento AgriFutura – Inovação no Agronegócio, que será realizado em 3 e 4 de março de 2018, das 8h30 às 19h, na Sede do Instituto Biológico, em São Paulo, Capital. O evento é gratuito e contará com mostra de start-ups, fórum, hackathon, mostra de pesquisa e exposição de inovações.

De acordo com Gisele Anne Camargo, pesquisadora do ITAL, os produtos disponíveis atualmente no mercado como fonte de cafeína passam por processo de extração com o uso de diferentes solventes. Além disso, não há no mercado fontes provenientes de resíduos da agroindústria do café, cultura que ocupa a segunda posição nas commodities de maior valor no mundo. “Este novo processo diminui o descarte de resíduos orgânicos e por não utilizar solvente é considerado uma ‘tecnologia verde’”, explica a pesquisadora que é também diretora da Rede NIT-APTA.

O ingrediente apresenta teores de cafeína de 500 a 2000 µg (micrograma por quilo), além de polifenois, epicatequina e ácidos clorogênicos. “Ele tem aplicação direta em formulações de produtos alimentícios e com refino poderá ser usado em cosméticos e fármacos naturais. O processo pode ser aplicado em pequenas e médias propriedades de café, além de associações e cooperativas”, afirma Gisele, que desenvolveu o processo em conjunto com a pesquisadora do IAC, Terezinha de Jesus Garcia Salva.

As empresas interessadas em licenciar a tecnologia podem entrar em contato com a Rede NIT-APTA, pelo e-mail nit@apta.sp.gov.br e o telefone (19) 2137-8930.

AgriFutura – Inovações no Agronegócio

Durante o AgriFutura – Inovações no Agronegócio, a APTA e seus seis Institutos e 14 Polos regionais de pesquisa apresentarão palestras e farão a moderação de mesas em pós-colheita e horticultura, genética e proteção biológica na fruticultura, tendências de derivados de leite, biotecnologia em café e tecnologias em grãos, cana, laranja e pecuária de corte. A Agência também reunirá suas propostas de inovação para o agronegócio em um estande.

O AgriFutura será realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, APTA, Fundação de Desenvolvimento de Pesquisa do Agronegócio (Fundepag) e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site www.agrifutura.com.br.

“Esta primeira edição do evento tem o objetivo de mostrar o que está sendo feito para modernizar a agricultura. O AgriFutura reunirá produtores rurais, pesquisadores, investidores, indústrias, comerciantes, start-ups, desenvolvedores, criadores, transformadores e hackers, em um ambiente propicio para o compartilhamento de ideias. Ações como essa estão alinhadas com as diretrizes do governador Geraldo Alckmin”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Fonte: APTA

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