Café: Cotações do arábica fecham sessão desta 2ª feira com alta próxima de 100 pts na Bolsa de Nova York
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (26) com alta próxima de 100 pontos e voltaram ao patamar de US$ 1,20 por libra-peso. O mercado se acomoda tecnicamente ante as quedas seguidas nos últimos dias e depois que os especuladores aumentaram suas posições líquidas vendidas na semana anterior.
O vencimento março/18 fechou a sessão cotado a 120,50 cents/lb com alta de 105 pontos, o maio/18 registrou 121,90 cents/lb com alta de 90 pontos. Já o contrato julho/18 encerrou o dia com 124,05 cents/lb e valorização de 90 pontos e o setembro/18, mais distante, subiu 95 pontos, fechando a 126,30 cents/lb. Essa é a terceira alta consecutiva.
Os fundos de investimento seguem apostando em um cenário baixista para o café. O relatório da Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês) mostrou que em futuros e opções os participantes do mercado carregavam em 20 de fevereiro saldo líquido vendido de 58.554 lotes ante os 47.736 lotes no dia 13.
Traders acompanham atentamente as informações sobre a safra 2018/19 de café do Brasil, fator que chegou a pressionar as cotações nos últimos dias. Algumas consultorias chegam a estimar a possibilidade de colheita recorde neste ano no país, ao redor de 60 milhões de sacas de 60 kg, contrariando o setor produtivo que levanta números mais baixos.
A divulgação mais recente é do Rabobank, um dos principais bancos especializados em commodities, que revisou sua estimativa para o Brasil entre 55 milhões e 57 milhões de sacas. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima a safra geral do país entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas por conta da bienalidade e das condições climáticas favoráveis.
Em entrevista recente ao Notícias Agrícolas, Mário Panhotta, gerente de mercado da Cooxupé, disse acreditar que o avanço dos últimos dias no café não poderia ser considerado uma reversão de tendência. Para ele, o mercado espera uma superssafra no Brasil e os fundos, por sua vez, combinam essa pressão nos preços.
O câmbio também deu pressão aos preços do café, já que impacta diretamente as exportações do grão. O dólar comercial encerrou a sessão desta segunda com queda de 0,28% e saca a R$ 3,2326 na venda. Investidores seguem de olho na cena externa, principalmente sobre os próximos passos da política monetária nos Estados Unidos.
Mercado interno
Os negócios com café seguem acontecendo lentamente nas praças de comercialização do Brasil com baixos preços e queda do dólar. Diante deste cenário, segundo reporta o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), compradores e vendedores se afastaram do mercado.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) (+0,42%) e Espírito Santo do Pinhal (SP) (+2,13%), ambas com saca a R$ 480,00. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu na praça paulista.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 469,00. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Franca (SP) com avanço de 2,27% e saca a R$ 450,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 455,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca (SP) com valorização de 2,33% e saca a R$ 440,00.
Na sexta-feira (23), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 435,47 – estável.