Café: Bolsa de Nova York reage e sobe mais de 200 pts nesta 4ª após quatro quedas consecutivas
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quarta-feira (17) com alta próxima de 250 pontos. Em ajustes técnicos ante as quedas recentes, o mercado trabalhou com valorização durante a maior parte do dia, mas ampliou os ganhos durante a tarde. Com isso, alguns vencimentos já estão mais próximos de US$ 1,25 por libra-peso.
O contrato março/18 fechou a sessão cotado a 123,10 cents/lb com alta de 265 pontos, o maio/17 registrou 125,55 cents/lb e avanço de 260 pontos. Já o contrato julho/18 registrou 127,95 cents/lb com alta de 260 pontos e o setembro/18 anotou 130,30 cents/lb com valorização de 255 pontos.
Nas últimas sessões, analistas reportaram que o mercado estava bastante focado nas informações sobre a safra brasileira. No entanto, após quedas seguidas, ajustes técnicos para cima foram inevitáveis. A atuação dos fundos no mercado também deu suporte aos preços. "Traders em Nova York observam atualmente o bom tempo relatado no Brasil e esperam uma outra safra abundante", disse em informativo o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) confirma as melhores condições das lavouras brasileiras. Apesar de a falta de chuva no início do desenvolvimento da temporada 2018/19 ter afastado a possibilidade de supersafra, o clima passou a favorecer a lavoura a partir de outubro, auxiliando no pegamento das flores e chumbinho e no enchimento dos grãos", reportou.
Apesar do otimismo do mercado, o CNC (Conselho Nacional do Café) em informativo não acredita em safra recorde no país. "O CNC tranquiliza o mercado ao informar que o Brasil manterá seu market share ao redor dos 30% e a posição de maior produtor e fornecedor mundial de café, não havendo a menor possibilidade para supersafra e tampouco risco para o abastecimento", disse em informativo.
Outro fator que também movimentou o mercado foram as baixas exportações do Brasil na safra 2017/18. Segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), as exportações do país em 2017 totalizaram 30,7 milhões de sacas e receita cambial de US$ 5,2 bilhões. Em termos de volume, isso representa uma queda de 10,1% em relação ao ano anterior. Para 2018, o Cecafé observa que a recuperação deve chegar no segundo semestre
Mercado interno
Os negócios com café seguem isolados nas praças de comercialização do Brasil, segundo analistas. Os preços internos também exibem poucas oscilações. "A expectativa é que grande parte dos compradores e vendedores retorne ao spot nas próximas semanas", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 490,00 – estável. A maior oscilação ocorreu em Lajinha (MG) com queda de 2,17% e saca a R$ 450,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 – estável.Não houve oscilação nas praças no dia.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) – estável e Franca (SP) (+ 2,22%), ambas com saca a R$ 460,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu em Guaxupé (MG) com alta de 2,33% e saca a R$ 440,00.
Na terça-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 442,55 e queda de 0,48%.