Café: Bolsa de Nova York volta a subir nesta 4ª feira com dados de estoque e produção na Colômbia
Após queda na véspera, o mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltou a subir na sessão desta quarta-feira (20). Sem muitas novidades, as cotações do grão oscilam acompanhando indicadores técnicos e também os dados pessimistas dos estoques nos Estados Unidos e também globais, que devem chegar a mínimas de cinco anos, e de produção na Colômbia.
O vencimento dezembro/17 fechou a sessão de hoje cotado a 118,55 cents/lb com alta de 160 pontos, o março/18 registrou 123,15 cents/lb com avanço de 140 pontos. Já o contrato maio/18 encerrou o dia com 125,45 cents/lb e com valorização de 145 pontos e o julho/18, mais distante, fechou a sessão cotado a 127,85 cents/lb com 145 pontos de alta.
"A situação parece que mudou um pouco na América Latina. O Brasil teve baixas exportações, em cerca de 2,8 milhões de sacas, e tem estoques reduzidos que estão com exportadores e produtores. Muitos estão preocupados com o potencial de produção reduzido no Brasil devido à seca mais cedo e o inverno frio e seco, embora alguns exportadores sugerem que a perda potencial tem sido muito superestimada", explica o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Os estoques de café dos Estados Unidos tiveram a maior queda do ano no mês de novembro (297,53 mil sacas de 60 kg) e voltaram a ficar próximos dos níveis registrados em março deste ano, com 6,73 milhões de sacas, segundo dados divulgados pela da GCA (Green Coffee Association) na última sexta-feira. Essa é a quarta queda seguida em 2017 e também a maior em três anos.
Já o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou recentemente que os estoques globais podem fechar a temporada 2017/18 nos menores níveis em cinco anos, totalizando 29,3 milhões de sacas. Enquanto a produção global deve totalizar 159,9 milhões de sacas. Ainda assim, segundo o órgão norte-americano a produção deve superar o consumo, que foi apontado em 158,5 milhões de sacas.
O site internacional Agrimoney também destacou nesta quarta-feira que dados da Colômbia também contribuíram para a valorização nas cotações do café. O país espera produção até 20% menor primeiro semestre de 2018 devido às adversidades climáticas. "Eu não me surpreenderia se terminássemos com produção cafeeira entre 13,8 milhões e 13,9 milhões de sacas neste ano; os meses de outubro, novembro e dezembro têm sido muito fracos", disse o diretor da Federação Nacional de Cafeeiros, José Roberto Vélez.
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Mercado interno
O mercado do café no Brasil segue com negócios isolados, em ritmo de final de ano. O Escritório Carvalhaes destacou que as ofertas têm sido consideradas baixas pela maioria dos produtores. Apenas os produtores que necessitam de caixa ainda fecham negócios nas bases atuais.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 500,00 – estável. A maior oscilação nas praças de comercialização no dia ocorreu em Varginha (MG) com queda de 1,05% e saca a R$ 470,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 473,00 e alta de 0,64%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) (+2,25%), Média Rio Grande do Sul (estável) e Patrocínio (MG) (estável), ambas coisa saca a R$ 455,00. A maior variação no dia dentre praças ocorreu em Lajinha (MG) com alta de 3,45% e saca a R$ 450,00.
Na terça-feira (19), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 445,94 e alta de 0,11%.