Mercado Futuro do Café: diretor do IEA aponta clima de expectativa

Publicado em 14/12/2017 14:53

O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café e o 2° maior consumidor do produto. Em 2017, foram exportadas 28 milhões de sacas, até novembro, que renderam US$ 4,70 bilhões em divisas. Mais de 80% do café exportado pelo País é embarcado pelo Porto de Santos, o que mantém o Estado de São Paulo, terceiro maior produtor, como principal ponto de escoamento.

A retomada das importações de bens de capital, indicativo da decisão empresarial de incrementar a produtividade nos sistemas de produção, está alavancada no bom desempenho da economia brasileira, no terceiro trimestre de 2017. Tal retomada criará, em 2018, ambiente favorável para a economia brasileira com crescimento do produto interno bruto (PIB) acima do juro real, informa o Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Diante desses fatores, o mercado futuro de dólar, negociado na Brasil, Bolsa, Balcão (B3), sinaliza ligeira desvalorização do real, quando se comparam os patamares da média das cotações futuras da primeira semana com a contabilizada na quinta semana do mês. Tal movimento, afeta a valorização das commodities negociadas em bolsas de valores.

A média semanal das cotações futuras dos contratos café arábica negociadas no mercado da Bolsa de Nova York, registrada em novembro, evidenciou ligeiras oscilações com mercado alavancado entre as primeira e terceira semanas, e ficou pressionado nas quarta e quinta semanas do mês. O incremento de 4,8% nas exportações mundiais de café (arábica de 7,9%) no ano cafeeiro foi determinante para consolidação desse quadro de estabilidade para o mercado. Além disto, foi grande o impacto sobre o mercado das floradas observadas nos principais cinturões brasileiros; associado ao bom regime de precipitações, fatores responsáveis pela relativa manutenção das cotações nos atuais patamares, explica o pesquisador Celso Luís Rodrigues Vegro, diretor do IEA.

Em novembro de 2017, no mercado físico paulista, a média dos preços recebidos pelos cafeicultores da região de Franca, registrada pelo levantamento diário do IEA em parceria com a Cati, foi de R$ 444,91/sc. de 60 kg. Cotejando-se esse preço com a cotação média da quinta semana em segunda posição (US$ 126,74/lbp) e efetuadas as devidas conversões, imputando diferencial de 20% e ainda adotando a cotação futura do dólar em US$ 1,00 = R$ 3,35 para maio de 2018, obtêm-se R$ 449,27/sc., ou seja, vantagem de apenas R$ 4,36/sc., montante, aparentemente, insuficiente para atrair os cafeicultores para adquirirem contratos futuros naquela bolsa.

Fundos e grandes investidores atuantes no mercado de café iniciaram sutil movimento de diminuição das posições vendidas, depois de quase registrar 49,5 mil contratos vendidos, apresentou recuo de 15% nesse montante, o que ainda está distante de refletir-se numa alavancagem das cotações, destaca Vegro.

Fonte: IEA

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