Café: Otimismo com safra volta e Bolsa de NY tem queda acumulada de mais de 5% na semana
O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecha a semana com baixa acumulada de mais de 5% e os principais vencimentos já distantes do patamar de US$ 1,25 por libra-peso nesta sexta-feira (8). Pesou sobre as cotações durante os últimos dias um maior otimismo com a safra do Brasil, diante de chuvas no cinturão produtivo, câmbio e ajustes técnicos.
No mercado interno, os negócios com café voltaram a ficar lentos depois de aquecimento no fim do mês passado. (Veja mais informações abaixo)
Na sessão de hoje, o contrato dezembro/17 fechou cotado a 120,60 cents/lb com queda de 25 pontos, o março/18 registrou 122,70 cents/lb com recuo de 20 pontos. Já os lotes com vencimento para maio/18 encerraram o dia com 124,90 cents/lb e desvalorização de 25 pontos e o julho/18, mais distante, teve perdas de 30 pontos, fechando a 127,15 cents/lb. Essa foi a quinta sessão seguida no vermelho.
Está chovendo forte em Minas Gerais, inclusive com diversas cidades em estado de emergência. No entanto, essas recentes precipitações no maior estado produtor de café do país renovaram o otimismo do mercado com a safra 2018/19. "A atenção já está focada na próxima safra brasileira... É provável que ela seja muito maior novamente", disse o Commerzbank em nota de mercado. As informações são da Reuters internacional.
Os principais institutos meteorológicos apontam que o cenário não deve ter muitas mudanças nos próximos dias. Segundo a Climatempo, por exemplo, são previstos volumes acumulados de até 100 milímetros até o domingo (10) para o Norte dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais, incluindo a região do Cerrado. As lavouras brasileiras estão em desenvolvimento para colheita no fim de do primeiro semestre do próximo ano e sofreram nos últimos meses com altas temperaturas e baixos volumes durante a florada.
O analista de mercado da Price Futures Group, Jack Scoville, mantém uma visão mais conservadora e novas altas não estão descartadas. "Há uma abundância de chuvas neste momento, mas o tempo seco pode voltar em breve e vale salientar que há também relatos de árvores com potencial limitado em parte da América Central e algumas áreas da América do Sul", disse durante a semana.
Ajustes técnicos também foram registrados no mercado depois de seguidas altas na semana passada, que fizeram com que as cotações do arábica se aproximassem de US$ 1,30 por libra-peso. Agências internacionais também informam que os fundos de investimento em commodities na ICE seguem com alto saldo líquido vendido, o que renova as perdas.
Na véspera, o câmbio também exerceu impacto importante sobre os preços externos do café arábica, com avanço de quase 2%. Nesta sexta-feira, o dólar comercial teve nova alta, de 0,25%, e fechou o dia a R$ 3,2947 na venda com o mercado cauteloso com a Previdência. A moeda estrangeira mais valorizada ante o real tende a encorajar as exportações da commodity brasileira, que estão fracas no país.
Em menor intensidade, informações sobre a safra da Colômbia também repercutiram. O país que é importante produtor de arábica também deve aumentar sua produção, para 18 milhões de sacas de 60 kg. A alta acontece por conta da renovação das plantações e migração de produtores de coca para o café, segundo o presidente Juan Manuel Santos. As informações são da Reuters internacional.
Mercado interno
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) destacou durante a semana que os negócios com café voltaram a ficar mais lentos no mercado brasileiro depois de certo aquecimento no fim do mês de novembro. No entanto, segundo o órgão, esse movimento é típico de final de ano. Agora, agentes aguardam início do novo ano para retomar a comercialização.
De acordo com matéria publicada pela agência de notícias Bloomberg nesta sexta, os cafeicultores dos dois principais países produtores do mundo, Brasil e Vietnã, estão segurando vendas até que os preços do grão subam novamente no mercado. Os preços do arábica de melhor qualidade já caíram 8% no ano e os do robusta 18%.
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O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Patrocínio (MG) com queda de 3,03% (-R$ 15,00) no período e saca a R$ 500,00. A cidade com maior valor de negociação no período foi Franca (MG) com saca a R$ 500,00 – estável.
No tipo 4/5, a maior variação na semana foi registrada na cidade de Varginha (MG) com desvalorização de 4,26% (-R$ 20,00) e saca a R$ 450,00. A praça com maior valor no período foi em Franca (SP) com saca a R$ 480,00 e alta de 2,13% (+R$ 10,00).
O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Varginha (MG) com queda de 4,30% (-R$ 20,00) e saca a R$ 445,00. A cidade de Franca (SP) registrou maior valor no período com saca a R$ 460,00 – estável.
Na quinta-feira (7), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 447,65 e baixa de 1,08%.