Café: NY fecha semana com alta acumulada de mais de 1% e vencimentos se aproximam de US$ 1,30/lb

Publicado em 01/12/2017 16:55

O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerra a semana com alta acumulada de pouco mais de 1% e com vencimentos próximos do patamar de US$ 1,30 por libra-peso. Apesar do tombo na véspera, com realização de lucros, as cotações da variedade vinham de seis pregões seguidos de alta com suporte das dúvidas com o abastecimento, câmbio e a atuação dos fundos.

No mercado interno, os negócios com café ganharam um pouco mais de ritmo nos últimos dias, principalmente com os tipos mais fracos. (Veja mais informações abaixo)

Na sessão de hoje, o contrato dezembro/17 fechou cotado a 127,55 cents/lb com alta de 125 pontos, o março/18 registrou 129,60 cents/lb com avanço de 110 pontos. Já os lotes com vencimento para maio/18 encerraram o dia com 131,85 cents/lb e valorização de 120 pontos e o julho/18, mais distante, teve ganhos de 115 pontos, fechando a 134,05 cents/lb. Essa foi a quarta alta na semana.

O mercado do arábica iniciou a semana já em alta e só recuou na quinta-feira em ajustes técnicos. Dúvidas sobre o abastecimento na safra 2017/18 tem dado suporte às cotações no terminal externo. A corretora Sucden Financial estimou nesta segunda-feira que a safra 2017/18 de café pode ter um déficit global de 3,6 milhões de sacas após um superávit de 300 mil sacas.

Esse dado é um pouco abaixo do que divulgou na semana passada o Rabobank, um dos principais bancos de commodities, que prevê déficit global de 4,7 milhões de sacas na temporada. As informações são da agência internacional de notícias Reuters.

A atuação dos fundos de investimento no mercado também foi destaque na semana. "Muitos traders de arábica esperam que o mercado se mova para mais alto devido as ideias de baixa produção das culturas em toda a América Latina e especialmente no Brasil. As exportações brasileiras estão reduzidas, com estoques reduzidos de produtores e exportadores", disse em relatório o analista Jack Scoville.

O câmbio também contribuiu para o avanço das cotações do arábica na Bolsa de Nova York. O dólar comercial fechou a sessão desta sexta-feira com queda de 0,46% e saca cotada a R$ 3,2567 na venda diante do retorno do Banco Central ao mercado e em movimento de ajustes, ainda que tenha registrado valorização no acumulado da semana. A divisa mais baixa em relação ao real tende a desencorajar as exportações.

Os embarques brasileiros nos últimos meses já estão baixos, segundo apontam entidades do setor. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações do grão verde tiveram queda de 10% em novembro ante o mesmo período do ano anterior, com 2,7 milhões de sacas de 60 kg. Para 2018, segundo a Reuters, a previsão também é de exportações também tímidas. Esses dados são uma prévia da divulgação do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) nos próximos dias.

Leia mais:
» Exportação de café verde do Brasil recua 10% em novembro; açúcar cai 11,5%

Algumas informações negativas sobre a produção de café na Colômbia também deram suporte ao mercado. Segundo a Reuters internacional, a colheita no quarto trimestre no país pode cair 30% em relação ao ano anterior devido as chuvas fortes, para um total de 14 milhões de sacas de 60 kg em 2017.

Do lado fundamental, pesa sobre o mercado o clima favorável nas lavouras de café do Brasil, já que boas chuvas têm sido registradas nos últimos dias. Acumulados de até 100 milímetros são previstos para os próximos sete dias no Espírito Santo e Minas Gerais, de acordo com a Somar Meteorologia. As lavouras brasileiras enfrentaram condições climáticas adversas nos últimos meses.

Mercado interno

Os negócios com café arábica no mercado brasileiro registraram aquecimento nos últimos dias após feriados no Brasil e Estados Unidos. As transações têm acontecido mais expressivamente nos tipos considerados fracos. "Algumas negociações ocorreram no início da semana anterior, devido à alta das cotações. Porém, com o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, no dia 23, quinta-feira, o ritmo ficou mais lento", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Patrocínio (MG) com alta de 4,17% (R$ 20,00) no período e saca a R$ 500,00. A cidade com maior valor de negociação no período foi Guaxupé (MG) com saca a R$ 505,00 e alta de 2,43% (R$ 12,00).

No tipo 4/5, a maior variação na semana foi registrada na cidade de Franca (SP) com desvalorização de 2,08% (-R$ 10,00) e saca a R$ 470,00. A praça com maior valor no período foi Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 472,00 e alta de 1,51% (+R$ 7,00).

O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana no Oeste da Bahia com alta de 3,45% (R$ 15,00) com saca R$ 465,00. A cidade de Franca (SP) registrou maior valor no período com saca a R$ 465,00 em Araguari (MG) (1,09%), Guaxupé (MG) (3,33%) e Varginha (MG) (1,09%).

Na quinta-feira (30), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 456,27   e queda de 0,84%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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