Café: Bolsa de Nova York completa sexta sessão seguida de alta nesta 4ª com dúvidas sobre abastecimento

Publicado em 29/11/2017 16:58

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quarta-feira (29) com alta de pouco mais de 200 pontos. Essa foi a sexta valorização consecutiva e o mais alto rally em 11 semanas. O mercado oscilou tecnicamente durante o dia, acompanhou as incertezas com o abastecimento global na safra 2017/18 e informações sobre a Colômbia.

Os lotes com vencimento para dezembro/17 fecharam a sessão de hoje cotados a 129,60 cents/lb com alta de 215 pontos, o março/18 registrou 132,20 cents/lb com avanço de 235 pontos. Já o contrato maio/18 encerrou o dia com 134,40 cents/lb e valorização de 235 pontos e o julho/18, mais distante, fechou a sessão cotado a 136,65 cents/lb e 235 pontos de alta.

Diante dessas últimas altas vistas no mercado do arábica, as cotações da variedade já estão próximas do patamar de US$ 1,30 por libra-peso. A Ecom trading, em São Paulo, uma das maiores comerciantes de café do mundo estima a produção do Brasil em até 53 milhões de sacas na safra 2017/18, mas pondera o consumo interno crescente de 21 milhões de sacas e exportações de até 33 milhões. As informações são da Bloomberg.

Além dessas informações sobre o abastecimento, o mercado também tem sido impactado pelos fundos e câmbio. Além disso, chuvas são necessárias nos próximos meses para o desenvolvimento dos frutos após a florada. A Ecom aponta que algumas plantas ainda não se desenvolveram completamente em algumas áreas e a falta de chuvas nos últimos meses estimulou doenças em áreas de Minas Gerais.

"Muitos traders de arábica esperam que o mercado se mova para mais alto devido as ideias de baixa produção das culturas em toda a América Latina e especialmente no Brasil. As exportações brasileiras estão reduzidas, com estoques reduzidos de produtores e exportadores, embora alguns traders acreditem que os produtores estão apenas impedindo as vendas e tentando forçar preços mais altos", disse em relatório o analista Jack Scoville.

Algumas informações negativas sobre a produção de café na Colômbia também deram suporte ao mercado. Segundo a Reuters internacional, a colheita no quarto trimestre no país pode cair 30% em relação ao ano anterior devido as chuvas fortes, para um total de 14 milhões de sacas de 60 kg em 2017.

O clima segue favorável para as lavouras de café do Brasil com chuvas boas chuvas nos últimos dias e previsão de continuidade à frente. O modelo Cosmo do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) mostra chuvas generalizadas nos próximos dias na maior parte das áreas produtoras do país. Os acumulados nos próximos sete dias podem chegar aos 100 milímetros a no Espírito Santo e Cerrado Mineiro.

Mercado interno

Os negócios com café arábica no mercado brasileiro têm oscilado mais nos últimos dias após algumas transações serem registradas nos últimos dias. "Algumas negociações ocorreram no início da semana anterior, devido à alta das cotações. Porém, com o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, no dia 23, quinta-feira, o ritmo ficou mais lento", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

Leia mais:
» Café: Negociações oscilam e preço de arábica se eleva

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 505,00 e alta de 1%. A maior variação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 2,04% e saca a R$ 500,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 480,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,94% e saca cotada a R$ 474,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 475,00 e alta de 1,06%. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu em Maringá (PR) com avanço de 2,59% e saca a R$ 436,00.

Na terça-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 457,98   e alta de 0,84%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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