Café: Bolsa de Nova York encerra sessão desta 2ª com leve alta com estimativas de déficit e atuação dos fundos

Publicado em 27/11/2017 16:45

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta segunda-feira (27) com leve alta. Essa é a quarta valorização seguida. O mercado do grão no terminal externo voltou a repercutir as dúvidas sobre o abastecimento no próximo ano, com estimativas de déficit, e a atuação dos fundos. Ainda assim, operadores acompanham o clima no Brasil.

Os lotes com vencimento para dezembro/17 fecharam a sessão de hoje cotados a 125,55 cents/lb com alta de 75 pontos, o março/18 registrou 128,20 cents/lb com avanço de 65 pontos. Já o contrato maio/18 encerrou o dia com 130,45 cents/lb e valorização de 60 pontos e o julho/18, mais distante, fechou a sessão cotado a 132,75 cents/lb e 60 pontos de alta.

Os operadores no terminal externo do café arábica acompanham atentamente as informações sobre o abastecimento na safra 2017/18, inclusive com divulgações recentes apontando para um déficit no próximo ano. Informações internacionais também dão conta que o mercado teve suporte na sessão da atuação dos fundos, com ampla posição vendida. Ainda assim, do lado negativo, seguem as chuvas no cinturão produtivo do Brasil.

A corretora Sucden Financial estimou nesta segunda-feira que a safra 2017/18 de café pode ter um déficit global de 3,6 milhões de sacas após um superávit de 300 mil sacas. As informações são da agência internacional de notícias Reuters. Esse dado é um pouco abaixo do que divulgou na semana passada o Rabobank, um dos principais bancos de commodities, que prevê déficit global de 4,7 milhões de sacas na temporada.

As chuvas continuam ocorrendo sobre o cinturão produtivo brasileiro, maior produtor e exportador da commodity. O modelo Cosmo do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) mostra chuvas generalizadas nos próximos dias na maior parte das áreas produtoras do país. Os acumulados nos próximos sete dias podem chegar aos 100 milímetros a no Espírito Santo e Cerrado Mineiro.

"No Brasil o clima favorável tem causado uma quietude entre alguns agentes que antes das chuvas estavam mais assustados com o potencial de recuperação da lavoura. Ironicamente no mercado internacional fala-se que quando não se ouve os produtores falando dos cafezais é porque está tudo bem, dado que quando está ruim o coro é forte", afirma em relatório o diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa.

O analista de mercado da Price Futures Group, Jack Scoville, no entanto, aponta que novidades no clima ainda não estão descartadas. "Há uma abundância de chuvas neste momento, mas o tempo seco pode voltar em breve e vale salientar que há também relatos de árvores com potencial limitado em parte da América Central e algumas áreas da América do Sul", disse o analista em relatório durante a semana passada.

Mercado interno

Os negócios com café arábica ganharam mais ritmo nos últimos dias no mercado interno brasileiras, principalmente nos tipos mais fracos, apesar das recentes quedas nos preços acompanhando o cenário externo, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP). Ainda assim, os recentes feriados no Brasil prejudicaram a liquidez.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 500,00 – estável. A maior variação no dia ocorreu em Lajinha (MG) com alta de 2,08% e saca a R$ 490,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 480,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com queda de 1,08% e saca cotada a R$ 460,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 e alta de 2,17%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças verificadas.

Na sexta-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 454,06   e alta de 0,57%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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