Café: Bolsa de Nova York recua cerca de 150 pts nesta 2ª feira com otimismo com safra do Brasil
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) recuaram cerca de 150 pontos nesta segunda-feira (20) e os principais vencimentos ficaram mais próximos do patamar de US$ 1,25 por libra-peso. O mercado acompanha as chuvas recentes no cinturão produtivo do Brasil, maior produtor e exportador do grão, e vê com otimismo a produção na safra 2017/18 do país, mesmo o USDA tendo-a revisado para baixo.
Os lotes com vencimento para dezembro/17 fecharam a sessão de hoje cotado a 122,90 cents/lb com queda de 90 pontos, o março/18 registrou 125,75 cents/lb com recuo de 150 pontos. Já o contrato maio/18 encerrou o dia com 128,00 cents/lb e baixa de 155 pontos e o julho/18, mais distante, fechou o dia a 130,40 cents/lb e desvalorização de 150 pontos. Essa é a segunda sessão seguida de baixa no mercado.
Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 2ª feira – Fonte: Investing
Os operadores no terminal externo seguem acompanhando as informações sobre a próxima safra, com algum otimismo já que voltou a chover em boa parte do cinturão produtivo do país. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) chegou revisou na semana passada a safra 2017/18 de café do Brasil para 51,2 milhões de sacas de 60 kg. Uma redução de 900 mil sacas ante a previsão feita em maio pelo órgão.
"Isso inclui uma redução de 1,7 milhão de sacas na produção de arábica, como resultado de rendimentos pior do que a média, o que é parcialmente compensado pela maior produção de robusta", disse o USDA em relatório divulgado na sexta-feira (17). A produção de café robusta (conilon) deve totalizar 12,4 milhões de sacas na temporada e a de arábica 38,8 milhões.
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A consultoria Safras & Mercado estimou nesta sexta-feira que a safra 2017/18 de café do Brasil pode chegar a 50,45 milhões de sacas, ante uma previsão inicial de 51,1 milhões de sacas. O volume representa uma queda de 10% ante a colheita da temporada 2016/17. "Os problemas de granação resultaram em uma peneira mais miúda, que levou a uma quebra de renda. O Sul e o Cerrado de Minas e a Mogiana em São Paulo foram as regiões mais afetadas", disse o analista da Safras, Gil Carlos Barabach.
Tem chovido bem no cinturão produtivo do Brasil, mas segundo produtores isso nem sempre significa boa produção. Algumas lavouras que vão produzir no ano que vem tiveram intensa desfolha e abortamento da florada por conta das altas temperaturas nas últimas semanas. A Somar Meteorologia prevê chuvas de até 100 milímetros no Cerrado, Zona da Mata, Sul do Espírito Santo e de Minas Gerais e na Mogiana até domingo.
Mercado interno
Poucos negócios têm sido registrados no mercado interno brasileiro e hoje é feriado do "Dia da Consciência Negra" em algumas cidades do país, o que contribui para a lentidão na comercialização. Produtores preferem aguardar melhores patamares e voltam suas atenções às lavouras. Do outro lado, compradores também reduzem aquisições.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 500,00 – estável. A maior variação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 2,40% e saca a R$ 488,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 480,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com baixa de 0,64% e saca cotada a R$ 466,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 460,00 e queda de 1,08%. A maior oscilação foi registrada em Guaxupé (MG) com queda de 2,20% e saca a R$ 445,00.
Na sexta-feira (17), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 452,30 e queda de 0,31%.