Café: NY fecha semana com alta de mais de 2% com preocupação com safra do Brasil e exportações

Publicado em 10/11/2017 17:07

O mercado futuro do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fechou a semana com alta de mais de 2,50% e os principais vencimentos voltaram a se aproximar do patamar de US$ 1,30 por libra-peso. As preocupações em relação a oferta do grão, por conta das dúvidas com a safra 2018/19 do Brasil, e os dados decepcionantes de exportação no mês de outubro repercutiram durante a semana no terminal.

No mercado interno, mesmo com preços levemente mais altos, mas com o câmbio anulando avanços expressivos, o ritmo de negócios diminuiu ainda mais. (Veja mais informações abaixo)

Na sessão de hoje, o contrato dezembro/17 fechou cotado a 127,45 cents/lb com alta de 105 pontos, o março/18 registrou 130,80 cents/lb com avanço de 100 pontos. Já os lotes com vencimento para maio/18 encerraram o dia com 133,05 cents/lb e alta de 105 pontos e o julho/18, mais distante, subiu 100 pontos, fechando a 135,35 cents/lb. Essa foi a terceira alta seguida do mercado.

Segundo Shawn Hackett, presidente da Hackett Financial Advisors, o Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo, deverá colher na próxima temporada entre 55 e 57 milhões de sacas de 60 kg, o que fica abaixo das expectativas anteriores de 60 milhões a 62 milhões. Isso deve ocorrer, segundo o analista de mercado, por conta do clima quente e seco no país. As informações foram reportadas pela Reuters internacional.

Apesar de chuvas serem registradas nas últimas semanas, as dúvidas com a oferta global no próximo ano são enormes no mercado. Com o avanço rápido de uma frente fria, novas chuvas são previstas no cinturão produtivo brasileiro , porém com baixo acumulado para a maior parte das áreas produtoras de café. Muitas lavouras tiveram abortamento da florada por conta do tempo seco nos últimos dias.

Para o meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento, o clima deve se normalizar nos próximos meses e chuva se normalizar, principalmente na região de Guaxupé (MG). "As temperaturas também estão mais baixas em relação ao que se observava em outubro, e a partir de agora só devemos ter períodos curtos de temperaturas elevadas, e não mais semanas de calor como aconteceu nos dois meses anteriores", afirma.

Leia mais:
» Falta de chuva compromete potencial da safra 2018 de café em MG

Paralelamente, o Cecafé divulgou na quinta que as exportações brasileiras em outubro foram mais de 13% maiores que a do mês anterior, totalizando 2,74 milhões de sacas e receita cambial de US$ 460,1 milhões. Mas os embarques no período foram menores do que em 2016. No acumulado do ano civil (janeiro a outubro de 2017), o Brasil já exportou mais de 24,7 milhões de sacas. Queda de 10,7% na comparação com o ano passado e o menor valor para esse mês desde pelo menos 2013.

Operadores disseram que o ritmo lento das exportações de café do Brasil também contribuiu para sustentar os preços.

"Encerramos o mês de outubro com a exportação de mais de 2,7 milhões de sacas, dando sequência ao cenário dos meses anteriores. Com isso, temos a indicação de que o fechamento do ano civil alcance em torno de 30/31 milhões de sacas exportadas, número inferior ao dos anos anteriores, como resultado da grande influência climática na cafeicultura brasileira e, consequentemente, pela menor produção de café", disse o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes.

Ainda durante a semana, a OIC (Organização Internacional do Café) elevou sua projeção da produção global na safra 2016/17 para um recorde 157,4 milhões de sacas, impulsionada por uma revisão nos números do México e América Central. Essa informação deu pressão aos preços nos últimos dias. "Agora, a OIC já está confirmando um mercado bem fornecido no início da temporada (2017/18) - o que promete um pequeno potencial positivo para aos preços", disse o Commerzbank em nota de mercado.

Mercado interno

Os negócios com café seguem diminuíram ainda mais nos últimos dias, conforme reporte do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP). Os preços não agradam os produtores e o câmbio anulou os avanços externos no país. O feriado na semana passada contribuiu para a baixa liquidez.

"Insatisfeitos com os preços no físico, muitos vendedores voltam suas atenções às lavouras. Já os compradores consultados pelo Cepea reduziram suas aquisições, atentos aos estoques confortáveis nos países consumidores e à perspectiva de uma boa safra 2018/19", disse o Cepea.

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» Café: Agentes recuam e ritmo de negócios diminui ainda mais

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Guaxupé (MG) com alta de 3,27% (+R$ 16,00) no período e saca a R$ 506,00. A cidade teve o maior valor de negociação dentre as praças no período.

No tipo 4/5, a maior variação na semana foi registrada em Poços de Caldas (SP) com valorização de 3,02% (R$ 14,00) e saca a R$ 477,00. A cidade com maior valor de negociação dentre as praças verificadas no período foi Franca (SP) com saca a R$ 490,00 e avanço de 2,08% (R$ 10,00).

O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Poços de Caldas (MG) com avanço de 3,14% (R$ 14,00) e saca R$ 460,00. A cidade com maior valor de negociação dentre as praças verificadas no período foi Araguari (MG) (+ 2,17%) e Franca (SP) (+ 2,17%), ambas com saca a R$ 470,00.

Na quinta-feira (9), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 452,40 e alta de 0,61%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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