Café: Bolsa de Nova York cai cerca de 100 pts nesta 3ª feira com investidores de olho no clima no Brasil

Publicado em 07/11/2017 16:46

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltaram a fechar em baixa nesta terça-feira (7). Com queda de cerca de 100 pontos nos principais vencimentos. O mercado da variedade volta a repercutir o otimismo dos operadores com a produção do Brasil na safra 2018/19, mesmo com divulgações recentes de colheita abaixo de 60 milhões de sacas.

Os lotes com vencimento para dezembro/17 fecharam a sessão de hoje cotados a 124,70 cents/lb com queda de 85 pontos, o março/18 registrou 128,20 cents/lb com recuo de 85 pontos. Já o contrato maio/18 encerrou o dia com 130,50 cents/lb e desvalorização de 85 pontos e o julho/18, mais distante, caiu 85 pontos, fechando a 132,80 cents/lb.


Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 3ª feira – Fonte: Investing

O mercado segue oscilando com base nas informações da safra 2018/19 do Brasil e clima. Além disso, a divulgação do mais recente relatório da OIC (Organização Internacional do Café) também deu pressão aos preços externos do grão na sessão desta terça. "O mercado segue sem grandes novidades com investidores de olho no clima no Brasil", disse o analista da Origem Corretora, Anilton Machado.

De acordo com institutos meteorológicos, as precipitações devem continuar em praticamente todas as áreas produtoras. Os acumulados podem chegar aos 30 mm no Paraná, Oeste de São Paulo e Espírito Santo, 50 milímetros na Mogiana e em Minas Gerais e 70 milímetros no Sul da Bahia.

Segundo Shawn Hackett, presidente da Hackett Financial Advisors, o Brasil deverá colher na próxima temporada entre 55 e 57 milhões de sacas de 60 kg, o que fica abaixo das expectativas anteriores de 60 milhões a 62 milhões. Isso deve ocorrer, segundo o analista de mercado, por conta do clima quente e seco no país. As informações foram reportadas pela Reuters internacional.

A OIC elevou nesta terça sua projeção da produção global na safra 2016/17 para um recorde 157,4 milhões de sacas, impulsionada por uma revisão nos números do México e América Central. Essa informação também puxou as cotações. "O mercado está bem fornecido para o início do ano cafeeiro 2017/18", disse a organização em relatório.

Leia mais:
» OIC eleva estimativa de produção global de café na safra 2016/17

Mercado interno

Os negócios no mercado brasileiro voltaram a ficar lentos após ligeira melhora antes do feriado de Finados no país. "O mercado físico brasileiro não apresentou volume alto de negócios realizados. Como sempre, os produtores vendem para fazer frente aos compromissos mais próximos. Quem pode adia as vendas", disse em relatório no fim da semana passada o Escritório Carvalhaes.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) (estável) e Espírito Santo do Pinhal (SP) (estável), ambos com saca a R$ 500,00. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 1,90% e saca a R$ 482,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 480,00 e baixa de 2,04%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 465,00 e queda de 1,06%. A maior oscilação no dia dentre praças no dia ocorreu em Franca (SP) com queda de 2,13% e saca sendo cotada no dia a R$ 460,00.

Na segunda-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 452,79 e alta de 1,31%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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