Café: Bolsa de Nova York cai mais de 100 pts nesta 3ª feira e completa terceiro recuo seguido

Publicado em 24/10/2017 17:06

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta terça-feira (24) com queda de mais de 100 pontos. Após testar alta pela manhã, o mercado da variedade segue repercutindo as chuvas recentes no Brasil, maior produtor e exportador no mundo, e as floradas das últimas semanas. No entanto, produtores têm relatado problemas em lavouras.

Os lotes com vencimento para dezembro/17 fecharam a sessão de hoje cotado a 123,20 cents/lb com queda de 115 pontos, o março/18 registrou 126,95 cents/lb com recuo de 115 pontos. Já o contrato maio/18 encerrou o dia com 129,40 cents/lb e desvalorização de 110 pontos e o julho/18, mais distante, caiu 110 pontos, fechando a 131,75 cents/lb. Essa é a terceira baixa seguida.


Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 3ª feira – Fonte: Investing

O foco no mercado do arábica segue sendo o clima, embora já existam dúvidas se as chuvas serão suficientes para melhoraram a condição da safra. "Precipitações leves são esperadas e podem não ajudar muito. As tendências ainda são baixistas em Nova York", afirma o analista de mercado e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.

"As chuvas no Paraná e garoas no Sul de Minas Gerais e São Paulo melhorarão a umidade do solo, mas ainda serão necessárias mais chuvas no cinturão do café como um todo. A seca significativa permanecerá no Centro e Norte de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia", disse o MDA Information Systems em uma nota. As informações são da Reuters internacional.

Conforme relatos de produtores, que enviaram fotos e vídeos ao Notícias Agrícolas, as floradas em algumas lavouras do cinturão produtivo brasileiro estão secando diante das altas temperaturas. Mesmo com algumas chuvas nas últimas semanas, as plantações não têm resistido e o otimismo da safra 2018/19 vai diminuindo.

"Ainda não quantificamos as perdas, mas não está chovendo bem em todas as regiões produtoras, exceto Paraná e Baixa Mogiana, que tem uma produção irrisória. Tivemos algumas precipitações que estimularam a principal florada, mas depois parou", afirma o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, Alysson Fagundes.

Leia mais:
» Café: Florada está secando em diversas regiões produtoras do Brasil e minimiza otimismo da safra 2018/19

Apesar de todo esse cenário, o mercado segue otimista, segundo Scoville. " Ideias de que a safra d o Brasil pode ser grande permanecem, mesmo com áreas de café permanecem bastante secas. Lavouras permanecem estressadas e há preocupações de que as flores passam ser abortadas", afirma o analista.

Mercado interno

Os negócios com café seguem lentos nas praças de comercialização do Brasil. As quedas externas têm repercutido no país e os produtores aguardam melhores patamares de preço. "Com a florada aberta em grande parte das principais regiões produtoras de arábica do Brasil e a consequente sinalização de aumento na produção, os preços internos e externos têm recuado com força", disse na semana passada o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) (estável) e Patrocínio (MG) (+4,17%), ambas com saca a R$ 500,00. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu no município mineiro.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu Poços de Caldas (MG) com alta de 0,43% e saca cotada a R$ 462,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 460,00 – estável. A maior oscilação no dia entre praças no dia.

Na segunda-feira (23), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 443,85 e queda de 0,55%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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