Café: Bolsa de Nova York recua cerca de 100 pts nesta 2ª feira, apesar de testar avanço à tarde
Após operarem dos dois lados da tabela durante o dia, os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta segunda-feira (23) com queda próxima de 100 pontos ainda repercutindo as floradas no Brasil, as condições climáticas nos próximos dias e câmbio. Ajustes para cima também foram vistos, mas acabaram sendo anulados. Os vencimentos próximos seguem abaixo do patamar de US$ 1,30 por libra-peso
O contrato dezembro/17 fechou a sessão de hoje cotado a 124,35 cents/lb com queda de 90 pontos, o março/18 registrou 128,10 cents/lb com recuo de 90 pontos. Já os lotes com vencimento para maio/18 encerraram o dia com 130,50 cents/lb e baixa de 95 pontos e o julho/18, mais distante, caiu 100 pontos, fechando a 132,85 cents/lb. Essa já é a segunda sessão consecutiva de baixa no mercado do arábica.
O clima segue sendo o principal fator de pressão para os preços do grão no terminal externo, com chuvas previstas para os próximos dias no cinturão produtivo do país e a florada acontecendo nas lavouras. Além disso, o câmbio também exerceu importante influência sobre o mercado nesta segunda, com o dólar comercial de mais de 1% ante o real, a R$ 3,231 na venda, com a cena política. O dólar mais alto tende a encorajar as exportações.
"As chuvas no Paraná e os garoas no Sul de Minas Gerais e São Paulo melhorarão a umidade do solo, mas ainda serão necessárias mais chuvas no cinturão do café como um todo. A seca significativa permanecerá no Centro e Norte de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia", disse o MDA Information Systems em uma nota. As informações são da Reuters internacional.
Os acumulados do fim de semana chegaram a quase 18 milímetros. Veja os dados completos: Alfenas: 2,2 mm / Cabo Verde: 6,2 mm / Caconde: 6 mm / Campestre: 6,4 mm / Campos Gerais: 2,6 mm / Carmo do Rio Claro 2 mm / Guaxupé: 5,2 mm / Monte Sto de Minas 1 mm / Nova Resende: 2 mm / Machado: 9 mm / Tres Pontas 1 mm / Varginha 2 mm / S.S.Paraiso: 4,3 mm / Oliveira: 4 mm / Poços de Caldas: 6 mm / S.A.Amparo: 18 mm / Patrocínio: 11 mm.
Na semana passada, o café negociou os níveis mais baixos desde junho com atuação dos fundos e o clima no Brasil. "Pelo que parece o mercado aguardava uma confirmação do retorno das chuvas no cinturão de café brasileiro para encorajar os fundos a adicionarem mais vendas às suas posições. Prenúncios mais assertivos de institutos meteorológicos foram o suficiente, indicando uma normalização das precipitações", disse em relatório o analista e diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa.
Mercado interno
Poucos negócios são registrados nas praças de comercialização do Brasil, ainda mais diante dessas quedas externas. Sem preços melhores, os produtores só vão ao mercado para fazer caixa. "Com a florada aberta em grande parte das principais regiões produtoras de arábica do Brasil e a consequente sinalização de aumento na produção, os preços internos e externos têm recuado com força", disse na semana passada o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) e Franca (SP), ambas com saca a R$ 500,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 0,43% e saca a R$ 470,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu Poços de Caldas (MG) com alta de 0,44% e saca a R$ 460,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 460,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre praças no dia ocorreu no Oeste da Bahia (AIBA) com queda de 2,27% e saca R$ 450,00.
Na sexta-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 446,29 e alta de 0,14%.