Café: Bolsa de Nova York sobe mais de 200 pts nesta 5ª e se recupera após seis quedas seguidas

Publicado em 05/10/2017 18:07

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quinta-feira (5) com altas de mais de 200 pontos. O mercado avançou em ajustes técnicos depois de ficar em baixa por seis pregões consecutivos e testar os patamares mais baixos em três meses. Apesar do avanço, os operadores seguem atentos ao clima no Brasil.

O contrato dezembro/17 fechou a sessão de hoje cotado a 127,20 cents/lb com alta de 205 pontos, o março/18 registrou 130,75 cents/lb com avanço de 205 pontos. Já o vencimento maio/18 encerrou o dia com 133,15 cents/lb e valorização de 205 pontos e o julho/18, mais distante, subiu 200 pontos, fechando a 135,45 cents/lb.


Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 5ª feira – Fonte: Investing

Depois de várias quedas seguidas, ajustes naturais foram vistos nesta quinta após as cotações testarem mínimas de mais de três meses, abaixo do patamar de US$ 1,25/lb com o clima influenciando os negócios. Alguns produtores esperam boas floradas após a chuva, enquanto outros dizem que elas não foram suficientes. Há lavouras que já receberam floradas precoces nas últimas semanas.

"A chuva desempenha um papel importante na floração dos cafeeiros, o que determina o potencial de produção para a próxima safra 2018/19", disse o Commerzbank.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas na terça-feira (3), José Donizete Alves, fisiologista e professor da UFLA, destacou que as chuvas são bem-vindas ao cinturão produtor. Entretanto, a resposta da lavoura vai depender do seu estado vegetativo. O professor acredita que é impossível que o Brasil tenha uma supersafra de 60 milhões de sacas. Ele lembra que aquela primeira florada que ocorreu no mês de setembro, que representou cerca de 20%, está praticamente perdida.

Apesar dos ajustes, o clima segue influenciando os negócios no terminal externo do café arábica. Após boas chuvas, frentes frias se afastam do Sudeste do Brasil e as previsões climáticas apontam condições relativamente mais secas a partir desta sexta-feira (6) e que devem perdurar pelos próximos 10 dias, segundo dados do MDA Information Services à agência de notícias Reuters.

Mercado interno

Os negócios com café continuam bastante lentos no mercado interno brasileiro, conforme relatos de envolvidos no mercado. Isso ocorre por conta dos recuos externos com as chuvas no Brasil que também impactaram os preços físicos. "Esse cenário mais positivo tem pressionado as cotações, tanto no mercado doméstico quanto no externo, mantendo agentes afastados das negociações", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) (estável) e Franca (SP) (estável), ambas com saca a R$ 500,00. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com alta de 2,11% e saca a R$ 485,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças de comercialização para o tipo no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,57% e saca a R$ 452,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com alta de 2,22% e saca a R$ 460,00. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Patrocínio (MG) com avanço de 2,30% e saca cotada a R$ 445,00.

Na quarta-feira (4), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 438,28 e baixa de 0,86%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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