Cafés importados com valor agregado têm preço médio 77 vezes superior aos exportados pelo Brasil
As exportações dos Cafés do Brasil, nos primeiros oito meses de 2017, totalizaram 17,06 milhões de sacas de 60kg, com preço médio de US$ 172,1 por saca, que geraram US$ 2,94 bilhões de receita cambial. Nesse mesmo período, o País importou o equivalente a 3400 sacas de 60kg, com preço médio de US$ 13.265, que totalizaram US$ 45,1 milhões de dispêndio. Essa diferença expressiva do preço médio do café exportado, que majoritariamente é vendido como café cru (verde), em relação ao importado, é atribuída ao elevado valor agregado do produto adquirido do exterior na forma de cafés torrados, essências e concentrados à base de café e café solúvel, entre outros.
Assim, esses diferenciais dos quantitativos e dos preços dos cafés crus em relação aos de alto valor agregado, demonstram que o preço médio do café importado foi 77 vezes superior ao preço médio do café exportado, embora o volume dos importados tenha correspondido a apenas 0,02% da quantidade exportada. E, mais que isso, o dispêndio dos importados correspondeu a 1,5% da receita cambial obtida. Dessa forma, tais números sinalizam que os Cafés do Brasil têm potencial para conquistar e consolidar mercados internos e externos com a venda de cafés e também produtos à base de café com agregação de valor.
Com base nesses dados do SUMÁRIO EXECUTIVO CAFÉ – setembro 2017, da Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – Mapa, é possível verificar que os preços médios dos cafés exportados pelo Brasil nos anos de 2015 e 2016 foram US$ 166,1 e US$ 159,1 por saca, respectivamente. E que as importações brasileiras de café nesses anos tiveram preço médio de US$ 9.655 por saca em 2015 e US$ 10.701 em 2016, sendo 58 e 67 vezes superiores aos preços médios das exportações nesses respectivos anos.
Nesse contexto, verifica-se no Sumário que das 17,06 milhões de sacas de café exportadas de janeiro a agosto de 2017, 14,99 milhões de sacas (87,8%) foram de café verde, 1,8 milhões de sacas de café solúvel (10,7%), 218 mil sacas de extratos, essências e concentrados de café (1,3%) e 22,1 mil sacas de café torrado, ou seja, apenas aproximadamente 0,2%. E que as importações de café com alto valor agregado foram de 2,5 mil sacas de café torrado, que representaram aproximadamente 73% do total importado (3,4 mil sacas); a importação de extratos, essências e concentrados de café correspondeu a 700 sacas, ou seja, por volta de 20%; e de café solúvel foram importadas 300 sacas, 9%, segundo os dados do Sumário Executivo da SPA/Mapa.
O SUMÁRIO EXECUTIVO CAFÉ - setembro 2017 está disponível no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café coordenado pela Embrapa Café. Referida publicação contempla dados estatísticos referentes à performance da cafeicultura, tais como: Quadro de Suprimento Mundial, do Vietnã, Colômbia e Brasil; Comparativo de Área, Produção e Produtividade de Café em Grãos – Café Arábica, Robusta e Total; Evolução Mensal das Exportações Brasileiras de Café; Evolução Mensal das Importações Brasileiras de Café; Estoques Privados e Públicos de Café no Brasil; Preços Mínimos de Garantia Básico; Operações de Vendas dos Estoques Governamentais de Café – 2016 e 2017; Preços Médios Mensais de Café – Nova Iorque, São Paulo (inclui preços do varejo) e Espírito Santo; e, por último, Crédito Agrícola para Café – Custeio – 2016 e 2017.
Para ler na íntegra o SUMÁRIO EXECUTIVO CAFÉ - setembro 2017, acesse: https://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/informe_estatistico/SumarioExecutivoCafeSetembro.pdf