Café: Em ajustes, cotações do arábica caem 100 pts nesta 5ª feira na Bolsa de Nova York

Publicado em 21/09/2017 17:50

O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fechou a sessão desta quinta-feira (21) com queda de mais de 100 pontos em ajustes técnicos e com atuação dos fundos. Os operadores no terminal externo ainda seguem em dúvida com a safra 2018/19 do Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo, que está sendo afetada pelo clima.

O contrato dezembro/17 fechou a sessão de hoje cotado a 135,00 cents/lb com queda de 155 pontos, o março/18 registrou 138,55 cents/lb com recuo de 155 pontos. Já o vencimento maio/18 encerrou o dia com 140,90 cents/lb e desvalorização de 150 pontos e o julho/18, mais distante, caiu 150 pontos, fechando a 143,15 cents/lb.


Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 5ª feira – Fonte: Investing

As condições climáticas devem melhorar no decorrer do mês de outubro no cinturão do Brasil e com isso o mercado já se ajusta ante as recentes valorizações diante das preocupações com a produção. Mapas da Climatempo apontam que entre 28 de setembro e 3 de outubro deve chover até 80 milímetros no Sul de Minas, 60 mm na Mogiana, 55 mm no Triângulo Mineiro e 35 mm no Cerrado.  

"Se (previsão de chuvas no Brasil) se materializarem, o mercado continuará a cair", disse à Reuters Carlos Mera, analista sênior de commodities do Rabobank. "Ainda precisamos de mais chuvas (nas áreas-chave de café). Mas é o início da estação chuvosa – mais chuvas virão".

Em entrevista recente ao Notícias Agrícolas, o meteorologista da Somar, Celso Oliveira, disse acreditar que as precipitações previstas para s próximas semanas podem salvar parte da florada e dar suporte até a regularização da safra. É possível, também, que ocorra uma segunda florada. As plantas no Brasil têm apresentado intensa desfolha por conta das altas temperaturas e baixo volume de chuva.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) revisou nesta quinta sua previsão para a safra atual, que já está praticamente colhida. Serão 44,77 milhões de sacas de 60 kg. A área total cultivada no país de 2,21 milhões de hectares, sendo 345,19 mil hectares em formação e 1,86 milhão de hectares em produção. Uma queda de 12,8% ante o ano anterior.

Leia mais:
» Produção brasileira de café deve alcançar 44,77 milhões de sacas, aponta Conab

Mercado interno

Os negócios com café nas praças de comercialização do Brasil seguem isolados. O cenário foi ampliado com as recentes baixas nos preços internos do grão. O Indicador Cepea chegou a cair quase R$ 10 por saca após subida recente acompanhando os preços externos do grão.

"Pesquisadores do Cepea afirmam que as elevações estiveram atreladas ao clima no Brasil, que pode afetar a produção da variedade. A baixa umidade do ar e as temperaturas elevadas no País têm prejudicado os cafezais, e agentes já relatam o aparecimento de pragas e doenças", reportou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) em nota.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 510,00 e queda de 3,77%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 500,00 e alta de 4,17%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 490,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Guaxupé (MG) com baixa de 3,26% e saca a R$ 445,00.

Na quarta-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 461,31 e alta de 0,53%.

» Clique e veja as cotações completas de café

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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