Café: Bolsa de NY sobe mais de 100 pts na sessão desta 4ª em ajustes após forte queda na véspera

Publicado em 20/09/2017 17:51

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quarta-feira (20) com alta de pouco mais de 100 pontos após oscilarem dos dois lados da tabela. O mercado teve suporte técnico depois de cair forte na véspera, mas também voltou a repercutir as dúvidas com a safra 2018/19 do Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo.

O contrato setembro/17 fechou a sessão de hoje cotado a 133,95 cents/lb com queda de 500 pontos – fechamento da sessão anterior, o dezembro/17 registrou 136,55 cents/lb com avanço de 120 pontos. Já o vencimento março/17 encerrou o dia com 140,10 cents/lb e também valorização de 120 pontos e o maio/18, mais distante, subiu 120 pontos, fechando a 142,40 cents/lb.


Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 4ª feira – Fonte: Investing

Após cair cerca de 500 pontos na véspera, o mercado do arábica assimila todas essas informações sobre o clima no Brasil e passou por ajustes técnicos. Com isso, alguns vencimentos já se aproximaram do patamar de US$ 1,40 por libra-peso. As lavouras da safra 2018/19 têm apresentado intensa desfolha e as floradas recentes podem não ter pegamento.

Analistas internacionais estimaram nas últimas semanas que a produção do Brasil poderia ser recorde no próximo ano, mas diante das mudanças no clima já revisam suas previsões. "Em nossa opinião, a colheita de 60 milhões de sacas para o Brasil que deveria ser colhida no verão de 2018 agora não será mais possível", disse Shawn Hackett, presidente da Hackett Financial Advisors.

Mapas da Climatempo apontam que entre 28 de setembro e 3 de outubro deve chover até 80 milímetros no Sul de Minas, 60 mm na Mogiana, 55 mm no Triângulo Mineiro e 35 mm no Cerrado. De acordo com Celso Oliveira, meteorologista da Somar Meteorologia, essas precipitações devem salvar parte da florada e dar suporte até a regularização da safra. É possível, também, que ocorra uma segunda florada.

Mercado interno

Não há muitas novidades sobre o andamento dos negócios nas praças de comercialização do Brasil. Com as recentes baixas, os preços internos do grão chegaram a cair quase R$ 10 por saca no Indicador Cepea do arábica, o que contribui para retração ainda maior dos produtores.

"Pesquisadores do Cepea afirmam que as elevações estiveram atreladas ao clima no Brasil, que pode afetar a produção da variedade. A baixa umidade do ar e as temperaturas elevadas no País têm prejudicado os cafezais, e agentes já relatam o aparecimento de pragas e doenças", reportou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) em nota.

Leia mais:
» Café: Indicador do arábica recua quase 10 reais por saca em um dia

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 530,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Guaxupé (MG) que teve queda de 1,92% e saca a R$ 510,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Varginha (MG) com saca a R$ 480,00 e queda de 1,03%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 490,00 e alta de 1,03%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Maringá (PR) com baixa de 3,43% e saca a R$ 422,00.

Na terça-feira (19), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 458,90 e queda de 2,05%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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