Café: Previsão de chuvas de até 80 mm derruba em 500 pontos o arábica em NY nesta 3ª feira
O clima deve melhorar nas origens produtoras de café do Brasil no fim da próxima semana. Com isso, o mercado na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) caiu cerca de 500 pontos nesta terça-feira (19). Mapas da Climatempo apontam que entre 28 de setembro e 3 de outubro deve chover até 80 milímetros no Sul de Minas, 60 mm na Mogiana, 55 mm no Triângulo Mineiro e 35 mm no Cerrado.
Os principais vencimentos já operam abaixo de US$ 1,40 por libra-peso. As incertezas com a safra 2018/19 do Brasil das altas temperaturas e baixos volumes de chuva vinham dando suporte às cotações.
O contrato setembro/17 fechou a sessão de hoje cotado a 133,95 cents/lb com queda de 500 pontos, o dezembro/17 registrou 135,35 cents/lb com recuo de 500 pontos. Já o vencimento março/17 encerrou o dia com 138,90 cents/lb e também desvalorização de 495 pontos e o maio/18, mais distante, caiu 495 pontos, fechando a 142,20 cents/lb.
Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 3ª feira – Fonte: Investing
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Depois de atingir máximas de cinco semanas nas últimas sessões, o mercado do café arábica passou a repercutir nesta terça as previsões de chuvas no cinturão produtivo do Brasil no fim da próxima semana. No entanto, o MDA Weather Services as chuvas serão abaixo da normalidade para a faixa de café nos próximos seis a dez dias.
No Sul de Minas, maior região produtora de café do Brasil, as chuvas chegar principalmente a partir do dia 28 de setembro e devem salvar parte da florada e dar suporte até a regularização da safra. É possível, também, que ocorra uma segunda florada, de acordo com Celso Oliveira, meteorologista da Somar Meteorologia.
Analistas internacionais estimaram nas últimas semanas que a safra do Brasil poderia ser recorde no próximo ano, mas diante das mudanças no clima já revisam suas previsões. "Em nossa opinião, a colheita de 60 milhões de sacas para o Brasil que deveria ser colhida no verão de 2018 agora não será mais possível", disse Shawn Hackett, presidente da Hackett Financial Advisors.
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Assim como na véspera, as cotações do arábica também passaram por ajustes técnicos na ICE. Mas ainda assim ficaram acima da média móvel de 100 dias, de acordo com o site internacional Agrimoney. "A manifestação de ontem provocou vendas hoje", disse à Reuters Eli Tesfaye, estrategista sênior de mercado da RJO Futures. "Em cerca de US$ 1,40-US$ 1,42 uma clássica puxada técnica", pondera.
Mercado interno
Diante das valorizações recentes na ICE, os preços internos do café também subiram um pouco. No entanto, os negócios seguiram isolados mesmo com a finalização da colheita no Brasil. " Os compradores repassaram pouco dessa alta para suas ofertas e os produtores, assustados com a seca e o calor e já receosos em vender devido à colheita menor do que a esperada, continuaram retraídos, longe do mercado. Vendem apenas o necessário pra cumprir seus compromissos mais próximos", disse em relatório o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 530,00 e alta de 2,91%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) (-3,00%) e Varginha (MG) (+2,11%), ambas com saca a R$ 485,00. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu na praça paulista.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 485,00 e queda de 3,00%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com baixa de 3,06% e saca a R$ 475,00.
Na segunda-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 406,90 e alta de 1,17%.