Café: Arábica sobe 400 pts na Bolsa de Nova York nesta 6ª com seca em áreas produtoras do Brasil
À medida em que a seca em áreas produtoras de café do Brasil chega ao mercado internacional, as cotações do arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) avançam mais. Na sessão desta sexta-feira (15) foram cerca de 400 pontos de alta. Os operadores no terminal externo estão temerosos que as condições climáticas impactem fortemente a produção da safra 2018/19 do país.
O contrato setembro/17 fechou a sessão de hoje cotado a 140,00 cents/lb com alta de 415 pontos, o dezembro/17 registrou 141,40 cents/lb com avanço de 375 pontos. Já o vencimento março/17 encerrou o dia com 144,85 cents/lb e também valorização de 375 pontos e o maio/18, mais distante, subiu 370 pontos, fechando a 147,10 cents/lb.
No acumulado da semana, o mercado do arábica registrou acumulado mais de 8% no vencimento referência, que saiu de 130,65 cents/lb na última sexta para 141,40 na sessão de hoje.
Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 6ª feira – Fonte: Investing
Com essa alta motivada pelas condições climáticas adversas no cinturão produtivo do Brasil, maior produtor e exportador da commodity, as cotações do arábica já trabalham acima do patamar de US$ 1,40 por libra-peso. "As preocupações com a falta de chuva no Brasil, levaram os especuladores às compras ajudando a aumentar os preços, disse o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
"Parece que a safra perfeita já está fora da mesa", acrescentou em relatório a analista Judith Ganes-Chase, da J Ganes Consulting, registrando que há um "déficit de umidade notável" no país.
Mapas climáticos apontam que o clima deve continuar quente e seco na maioria das áreas produtoras do Brasil ainda nos próximos dias. Essas condições além de atrapalharem o desenvolvimento das plantas para a próxima temporada, também devem secar as floradas precoces vistas na última semana.
"Precipitações abaixo do normal são esperadas na maior parte do cinturão de café nos próximos seis a dez dias", disse o MDA Information Systems em relatório.
O CNC (Conselho Nacional do Café) também ressaltou em relatório as condições climáticas no Brasil. "As previsões meteorológicas são preocupantes, indicando a continuidade de tempo seco, ensolarado e quente na maioria do cinturão cafeeiro".
A informação preocupa principalmente os cafeicultores dos Estados de São Paulo e Paraná, segundo o CNC, onde as lavouras tiveram uma florada precoce, ainda em agosto, favorecidas pelas chuvas atípicas naquele período. No entanto, sem a continuidade das precipitações, há possibilidade de não pegamento dessas flores.
Mercado interno
Os negócios com café seguem acontecendo isoladamente no Brasil, mas os ganhos externos têm gerado oportunidades aos produtores em praças de comercialização do Brasil, com preços próximos de R$ 500,00 a saca em algumas localidades.
A consultoria Safras & Mercado informou na véspera que a comercialização da safra 2017/18 de café estava em 44% até o dia 11 de setembro. As vendas estão atrasadas em relação ao ano passado, quando 46% da safra já estava comercializada até então.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 530,00 – estável. A oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com alta de 2,09% e saca a R$ 488,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 500,00 e alta de 2,04%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 500,00 e alta de 2,04%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com avanço de 4,26% e saca a R$ 490,00.
Na quinta-feira (14), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 462,28 e alta de 0,35%.