Café: Bolsa de Nova York volta a subir quase 300 pts nesta 4ª feira e se aproxima de US$ 1,40/lb

Publicado em 13/09/2017 17:43

As cotações futuras do café arábica voltaram a subir na sessão desta quarta-feira na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), com ganhos de mais de 300 pontos. O mercado avançou ainda diante da apreensão com as condições climáticas no Brasil, que podem impactar a produção em 2018/19, compras técnicas e também cobertura de posições vendidas.

O contrato setembro/17 fechou a sessão de hoje cotado a 136,60 cents/lb com alta de 280 pontos, o dezembro/17 registrou 137,85 cents/lb com avanço de 280 pontos. Já o vencimento março/17 encerrou o dia com 141,30 cents/lb e valorização de 280 pontos e o maio/18, mais distante, subiu 275 pontos, fechando a 143,60 cents/lb.


Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 4ª feira – Fonte: Investing

Diante dessa nova alta, o mercado chegou aos níveis mais altos desde 15 de agosto. Os operadores no terminal externo estão acompanhando atentamente as informações sobre o clima no Brasil, maior produtor e exportador da commodity, já que esperavam inicialmente safra recorde de até 60 milhões sacas de 60 kg de café no país.

"Os relatórios meteorológicos do Brasil indicam que na maioria das principais áreas de café tiveram uma semana seca e é provável que isso permaneça na próxima semana, com exceção da possibilidade de algumas chuvas ligeiras em locais da Bahia às margens de Minas Gerais", disse a trader I&M Smith.

Com a seca, as plantações de café estão apresentando desfolha, o que contribui para as dúvidas com a produção da próxima safra e o pegamento das floradas precoces registradas nas últimas semanas.

Mapas climáticos dos principais institutos meteorológicos apontam que o clima deve continuar quente e seco na maioria das áreas produtoras do Brasil nesta semana. "Precipitações abaixo do normal são esperadas na maior parte do cinturão de café nos próximos seis a dez dias", disse o MDA Information Systems em relatório diário.

As condições climáticas adversas, com seca considerável em algumas regiões do Brasil, já afetam mais de 50% da área de café no Sul de Minas Gerais – maior e mais importante região do cinturão produtivo do país –, de acordo com o agrônomo da Fundação Procafé, André Luiz Alvarenga Garcia. As informações são da agência de notícias Bloomberg.

"Árvores já afetadas por desfolha não se recuperam mais para a próxima safra. O potencial produtivo já foi afetado, é irreversível", disse Garcia. Para ele, se as chuvas não vierem até o fim do mês, a outra metade do Sul de Minas Gerais também entrará em déficit hídrico, o que deve renovar as perdas já existentes.

Leia mais:
» Bloomberg: Seca já afeta mais da metade da área de café no Sul de Minas Gerais

De acordo com informações de agências internacionais de notícias, compras técnicas baseadas em gráficos e cobertura de posições vendidas ajudaram na subida do mercado nesta quarta-feira diante do forte fechamento na véspera, de mais de 300 pontos, que colaborou para a melhora dos aspectos técnicos do mercado.

Mercado interno

Acompanhando as altas externas, os preços do café no Brasil seguiram registrando alta em algumas praças de comercialização do Brasil. Apesar das cotações já chegarem a R$ 500,00 a saca em algumas localidades, poucos negócios ainda são vistos no país, como nos últimos dias, mesmo com a colheita quase finalizada. Diante desse avanço, novos negócios podem começar a ser vistos nas praças do país.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 515,00 e alta de 3,00%. Foi a oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 480,00 e alta de 2,13%. Foi a maior oscilação no dia.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 490,00 e alta de 2,08%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com avanço de 2,08% e saca a R$ 490,00.

Na terça-feira (12), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 448,83 e alta de 1,06%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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